Adagas Afiadas, Estratégias Astutas.

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No deserto vermelho de Marred, um castelo de arenito, imponente e sombrio, erguia-se no horizonte, suas paredes vermelhas se fundindo com a paisagem árida e escaldante. Ao redor da fortaleza, o vento soprava quente, levantando pequenas tempestades de areia que giravam como serpentes ao redor das dunas.

Dentro das muralhas do castelo, um círculo de encapuzados vestindo mantos vermelhos, quase indistinguíveis do próprio deserto, se reuniu ao redor de um jovem adolescente. Seus gritos ecoavam pelas pedras, misturando-se com o vento seco e o silêncio mortal da cena. "Me deixem sair! Me deixem ir embora! Socorro!" Ele se debatia, as mãos atadas e os olhos arregalados de puro terror. A dor e o desespero em sua voz não eram suficientes para comover os encapuzados.

Sem qualquer palavra, um dos encapuzados se aproximou. Em sua mão, uma adaga afiada brilhava à luz  da lua.Com um movimento rápido e preciso, a lâmina cortou o ar e encontrou o pescoço do jovem. O grito de agonia do adolescente cessou abruptamente, transformando-se em um gorgolejo baixo. Ele caiu ao chão, o corpo agora sem vida manchando a areia vermelha do deserto com um tom mais profundo de escarlate.

No instante em que o sacrifício foi concluído, algo mudou nos céus. Nuvens negras começaram a se formar rapidamente, como se o próprio universo respondesse ao ato sombrio. Os ventos sopraram mais fortes, e um trovão profundo reverberou pelo deserto, fazendo as paredes do castelo de arenito estremecerem. O céu, antes azul e abrasador, agora estava coberto por uma escuridão avassaladora, como se o próprio Karnithor, o deus das trevas e da destruição, estivesse fazendo sua aparição.

Os encapuzados permaneceram imóveis, olhando para o céu com reverência.

Os encapuzados permaneceram imóveis, olhando para o céu com reverência

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------Vallealta------

Após seis horas de viagem pelas encostas geladas de Frostblood, o ritmo da jornada começava a pesar sobre os viajantes. Dentro da carruagem principal, Lorde Kaelan olhava pela janela, observando as montanhas recuarem ao fundo, enquanto uma leve preocupação se formava em seus pensamentos. O silêncio entre seus filhos pesava mais do que o frio do inverno, e ele sentiu que era o momento de quebrar aquela monotonia.

"Vamos andar a cavalo," sugeriu ele de repente, virando-se para sua família. "A vista é melhor, e isso nos fará esticar as pernas."

Vesperia, a Lady de Frostblood, imediatamente franziu a testa. Ela ajeitou os cabelos com as mãos, preocupada com a mera ideia de sair da carruagem. "Kaelan, nem pense nisso," disse ela, lançando-lhe um olhar incisivo. "Minha pele está sensível com esse frio, e meu cabelo... bem, você sabe o quanto esse vento pode ser implacável."

Kaelan sorriu de canto, já esperando essa resposta da esposa. "Claro, querida," disse ele suavemente, "você pode seguir na carruagem, mas tenho certeza que os meninos e eu nos beneficiaríamos de um pouco de ar fresco."

Órion, sentado ao lado, com a postura ereta e os braços cruzados, ponderou a sugestão por um momento. "Chegar montado em um cavalo... sim, isso causaria uma boa impressão na capital," disse ele com um sorriso astuto. "Deixaria claro que o futuro Lorde de Frostblood não é alguém que chega de maneira comum. Seria um sinal de força."

As Crônicas de Eldros - A Rebelião Dos MagosOnde histórias criam vida. Descubra agora