Prólogo

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Talvez eu seja uma pessoa muito hipócrita, ou apenas fingida. Com meu senso nublado de orientações, é de se esperar que eu não esteja fazendo sentido nem para mim mesma, quem dirá para qualquer outra pessoa ao redor.

Eu acho que cometi um erro. Ou melhor, eu tenho certeza de que cometi um erro. Algo absurdo. Delicioso, mas absurdo.

Desde que comecei a trabalhar para Park Jimin, um dos cantores mais famosos da atualidade, eu soube que estava metida em um grande problema, mas que seria profissional e daria conta disso sem grandes danos.

Ele deu em cima de mim desde que nos conhecemos, mas nunca extrapolou nenhum limite que fosse visível, e eu nunca me senti totalmente desconfortável, visto que ser desejada não é algo ruim. Faz bem ao ego.

O problema é que eu fiz uma promessa a mim mesma de que não me deixaria levar. De que seria a dançarina perfeita de Park Jimin e nada além disso.

Mas quando eu encarei sua boca tão próxima da minha, eu senti coisa inexplicáveis e soube estar travando uma batalha ridiculamente impossível de se sair ilesa. Por isso, eu joguei tudo para o alto e permiti que ele me beijasse.

Antes fosse só isso, porque ficamos nisso por semanas.

Mas essa noite eu fui além.

Ele percebeu que fiz a coreografia da noite para o provocar, e eu o fiz mesmo, mas... Eu não sabia qual minha própria pretensão ao agir de tal maneira. Eu queria ser vista por ele, queria ser desejada por ele. E eu fui, exatamente como tanto ansiava.

Quando caí sobre o colchão do seu quarto no hotel, eu senti que tinha desabado de muitas formas e que não tinha mais saída. Não dos braços dele, porque ali eu estava por vontade própria, mas dos sentimentos profundos que se instalaram em meu peito sem minha permissão.

Eu não precisei transar com Jimin para saber que tinha me apaixonado por ele, mas eu senti tudo isso intensificar quando seus toques percorreram minha pele a ponto de deixar vestígios de arrepios por todo o caminho traçado.

Eu me senti venerada sob cada toque e cuidado dele. Eu me senti única, incrível, a melhor de todas.

O problema é que eu sabia que tudo isso era coisa da minha cabeça. Jimin podia se sentir assim sobre mim, mas todos os seus sentimentos só duravam enquanto estivéssemos naquela cama.

E essa certeza me deixava completamente à deriva, ainda que eu soubesse que, de um jeito ou de outro, eu navegaria de volta até ele.

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