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HOGWARTS, 1978 SIRIUS BLACK POV —————–———————————— CAPÍTULO UM:: ❛ Os opostos se atraem, certo? ❜
Sirius Black nunca se sentiu tão deslocado quanto se sentiu no jantar na casa dos Salvatore na noite anterior. E, para alguém que vinha de uma casa onde a própria existência parecia ser um fardo, isso era algo sério.
Ele revisitava o jantar da noite anterior repetidamente, como um disco quebrado em sua mente. Ele, sempre tão confiante, o centro de toda sala, o foco de olhares admirados e, em muitos casos, até invejosos, estava ali sentado à mesa, encurralado pelas palavras inesperadas de Alaric Salvatore.
O homem, com um olhar penetrante e palavras decisivas, praticamente jogou um balde de água fria em suas esperanças quando revelou uma tradição familiar da qual nem Bridget, nem Sienna, tinham ideia. Algo sobre Sienna, a filha mais velha, precisar namorar primeiro, antes que Bridget pudesse sequer pensar em um relacionamento. Uma regra que parecia inventada ali na hora, e, no entanto, dita com tanta convicção que qualquer contestação parecia inútil.
Tradição? As tradições deveriam fazer sentido, não é? Sirius pensou, irritado. Isso é um truque. Só pode ser.
Sirius sentia o peso daquela situação pressionando seus ombros. Não era só a regra absurda que o incomodava, mas também o fato de que agora ele dependia diretamente de algo que parecia impossível: fazer Sienna, a filha perfeita, a garota que nunca se envolveu com ninguém, arranjar um namorado. E pior ainda, ele precisaria ajudá-la a perceber que isso seria uma boa ideia.
Sentado na mesa da Lufa-Lufa, Sirius tinha os olhos fixos na comida que mal tocara. O Salão Principal estava como sempre – alunos espalhados em grupos, conversas ecoando por todos os cantos, mas Sirius estava em outro lugar. Sua mente estava presa naquela mesa de jantar, no olhar severo de Alaric e, principalmente, na reação de Sienna – ou na falta dela.
Ele olhou de soslaio para Bridget, que sentada ao seu lado, tinha a mão delicada repousando sobre a dele, tentando acalmá-lo. Mas pela primeira vez em muito tempo, nem o toque dela parecia capaz de aliviar a tormenta interna que o Black enfrentava.
— Nós vamos dar um jeito, Sirius. Talvez a gente possa esperar até eu sair de casa... assim não precisaríamos lidar com essas regras. — ela sugeriu suavemente, enquanto se virava para pegar uma sobremesa da mesa.
— Esperar? — ele disse, quase rindo amargamente. — Bridget, eu não consigo ficar nem uma hora sem você, muito menos esperar tudo isso!
Bridget riu com a fala exagerada dele, os olhos brilhando de afeto. Ela sabia como ele odiava esperar, como cada minuto parecia uma eternidade para alguém com a energia incontrolável de Sirius Black.
— Sienna é focada. Eu duvido que ela vá se abrir para um relacionamento tão cedo. Ela sempre foi assim, sabe? Parece que não se importa com essas coisas. Ela é... completamente centrada. — Bridget sorriu, quase em admiração pela dedicação da irmã.
