"Às vezes me pego pensando em como seria minha vida se fosse diferente ou tomasse outro rumo..."
"Eu gosto de brincar"
"Eu gosto de fazer amigos"
Esses eram pensamentos que eu tentava abraçar.
Seria realmente tão simples assim, essa mudança?
Eu até achei um pouco interessante quando meus pais disseram que iríamos nos mudar. Ficava sonhando com a nova cidade, imaginando se seria uma cidade grande ou uma cidade comum.
Na antiga cidade, eu quase não tinha amigos. Meu pai saia para trabalhar e minha mãe exercia sua profissão em casa, que, como meu pai disse uma vez:
"Ela cuida da casa e dos filhos."
Hoje, pelo menos, vou sair um pouquinho. Minha mãe organizou isso para que pudéssemos nos divertir e aproveitar um pouco do ar da nova cidade.
Ah, quase me esqueci de mencionar! Tenho um irmão mais novo chamado Peter, ele tem 10 meses. Chora bastante e, às vezes, isso me irrita, mas dizem que é normal, já que ele ainda é um bebê!
Meu pai não pareceu se importar com isso; ele comentou que tem algumas questões a resolver com um amigo dele. Acredito que foi por isso que viemos para cá.
Mas mesmo assim, eu não vou perder um bom momento para brincar.
Estávamos caminhando tranquilos, eu jogava meu aviãozinho enquanto minha mãe puxava o carrinho do meu irmão. O vento acariciava seus cabelos loiros, que dançavam suavemente e realçavam seus olhos verdes. Sempre comentava que suas sardas lembravam grãos de areia em seu rosto.
Assim que percebi, já havíamos chegado a um parque, onde havia um espaço infantil repleto de brinquedos.
Tive apenas uma breve olhada para minha mãe, que me sorriu.
- Vai que eu te observo de longe e fico com o Peter. - disse ela de maneira suave.
Eu não hesitei e fui correndo para lá, mas quando cheguei vi muitas crianças brincando e me senti um pouco envergonhado.
Não conhecia ninguém.
Todas estavam se divertindo como se já se conhecessem. Fiquei um pouco apreensivo em me aproximar, pois não conseguia dar nem um passo.
Foi algo inesperado; acabei sendo empurrado e caí no chão.
- Aí! - murmurei eu.
- Desculpa, eu te machuquei?- perguntou um menino de cabelos escuros, estendendo a mão para mim.
- Isso doeu! - eu seguro a mão dele e levanto - Mas não me machuquei.
- Ah, que bom! - ele diz, começando a correr novamente, mas para e olha para trás - Não vens?
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Sussurros da Noite
TerrorMichael Afton sempre viveu à sombra dos mistérios sombrios que cercavam sua família. Desde criança, ele era apenas mais um garoto tentando entender o estranho comportamento do pai e a obsessão perturbadora com os animatrônicos. Mas à medida que cres...