Nós? um abraço. - Bolsonaro e Pablo Marçal

We?

— Nós? – O sarcasmo de Messias permeava cada palavra daquela breve mensagem. — Um abraço. – Com essas palavras, a mensagem se encerrava, provocando uma dor intensa em Marçal, que se esforçava para reprimir as lágrimas.

— Se não existe o nós, seja mais claro. – A resposta de Marçal buscava dissipar a confusão e a dor provocadas pelas palavras de Jair, enquanto ele se esforçava para manter a compostura.

Marçal ajustava cuidadosamente sua gravata, preparando-se com esmero para o debate político.
Estariam presentes importantes figuras da política, incluindo seu tão indiferente envolvimento, Messias. Pablo se mostrava agitado apenas ao saber que iria reencontrar o caso mal resolvido.

Por outro lado, Bolsonaro almoçava com ministros e senadores mais influentes de todo Brasil, com bebidas e um banquete suntuoso, parecendo desapegado e sem nenhum nervosismo, para ele seria mais uma reunião qualquer.

Em seu helicóptero que já rendeu lhe grandes histórias, Marçal se dirigia até o Senado Federal, Brasília.

Messias não fazia o contrário, também estava à caminho, mas em seu carro luxuoso.

Chegando no local Marçal mal podia esconder ou controlar seu nervosismo, um aperto grande dominava seu peito, enquanto suas mãos tremiam.

Jair chega ao local também, e cumprimenta os presentes, participando de entrevistas e outras atividades. Sentindo-se sobrecarregado após um longo período cercado por pessoas, deputados e jornalistas, ele dirige-se ao banheiro. Com a respiração descompassada, desabotoa o botão da blusa e afrouxa o nó da gravata, passando a mão pelo pescoço na tentativa de recuperar a compostura.

Vendo Messias entrar no banheiro, Pablo quase que não conseguia se controlar, pensando em imediatamente entrar dentro daquele banheiro e esclarecer tudo que precisava.
Ao obedecer seu desejo, Marçal se dirigia até o banheiro em que Jair estava, abrindo rapidamente a porta e entrando dentro, e trancando na mesma velocidade.

— A gente precisa conversar. – Diz Pablo, olhando para o reflexo de Messias pelo espelho, que estava apoiado na pia, olhando de volta à ele.

— Sobre o que? – pergunta o mais velho, Já imaginando do que seria o motivo da conversa.

— Eu pensava que a gente tinha alguma coisa… o que foram aquelas mensagens? – Marçal fala, parecendo calmo e tentando disfarça a vontade enorme de gritar.

— A gente não teve nada, e ainda não temos. Sinceramente prefiro que continue assim.

— Sério? Eu pensei que… – Pablo desiste de falar — Por que escreveu aquilo? Ainda em público para todo verem… e todas as vezes que nos beijamos? Hm?

— Foi só um beijo… – A voz embargada de Marçal interrompe Jair.

— Não… eu realmente senti uma conexão com você… pensei que tínhamos algo especial… mas não. Você sempre me trata assim… com essa… indiferença…

Bolsonaro, respira fundo, sentindo-se ainda mais pressionado com as declações do mais novo.

— Mas a gente não tem nada, tá ok? Foram só alguns beijos…

Pablo apenas suspira, desacreditado com o que tinha acabado de escutar, mas decide se retirar do banheiro, deixando Messias lá.

Ele respira fundo, se assentando em sua cadeira, pronto para começar a debater. Sua mente com milhares de pensamentos e emoções, raiva, tristeza e confusão.

Enquanto Jair chega o mais novo não pode parar de olhá-lo, mas disfarça, ainda desacreditado, mas tentando desviar sua cabeça desses assuntos.

Durante o debate Marçal se mostrava aéreo e pensativo, muitas vezes esquecendo onde estava.
Depois de um tempo finalmente tudo aquilo acaba, Pablo deixa o local, ainda pensando e confuso.

Enquanto voa em seu helicóptero até sua casa Marçal recebe uma mensagem, e então pega seu celular para verificar.

— Coisas mal resolvidas sempre voltam, não é? – A mensagem enviar por Messias dando uma última esperança à Pablo.