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Aurora Clack.

Eu deveria estar desconfiada de Lorenzo, mas quando ele me contou toda aquela história, não consegui deixar de acreditar nele.

Ele falou com tanta sinceridade e certeza que foi impossível não acreditar. O medo que eu tinha dele sumiu. É estranho saber que o homem com quem convivo há quatro anos já foi um assassino de aluguel.

— Você está me ouvindo, Aurora? — Miguel pergunta, puxando-me de volta dos meus pensamentos.

Balanço a cabeça, saindo dos meus devaneios, e olho para ele, que está no meu quarto, me fazendo companhia.

— O que você estava falando? — Pergunto, tentando recuperar o fio da conversa.

— Meu Deus — ele bufa, entregando-me uma pequena sacola — feliz aniversário chaverinho.

Nossa que deja vú.

Olho para o calendário ao lado da cama. Hoje é quarta-feira? Meu aniversário de dezoito anos!

— Obrigada — digo, um pouco atordoada. — Eu não lembrava que hoje era quarta.

— Deve ser o tempo que você passou naquele lugar — ele comenta.

Com um sorriso, abro a pequena sacola e encontro uma pulseira delicada, de prata, com pequenos corações. É linda.

— Obrigada — digo, sorrindo — e ela é realmente linda.

Miguel se aproxima e me dá um abraço apertado, fazendo eu sorrir ainda mais.

Antes que ele pudesse dizer algo, a porta do quarto se abre e Lorenzo entra com outra pequena sacola na mão.

Não demora muito para que a esposa e a filha de Miguel entrem também, carregando um bolo e mais sacolas. Um sorriso se forma em meu rosto ao ver o cenário.

— Aurora — Cecília diz, correndo em minha direção — Que saudades!

— Igualmente, Cecília — respondo, abraçando-a — Você cresceu tanto!

— Agora eu já sou grande — ela diz, sorrindo — Tenho cinco anos.

Dou uma gargalhada com sua resposta.

— Toma — ela me entrega uma sacola — É um presente da mamãe e meu também.

— Muito obrigada, Princesa — digo, acariciando a cabeça dela.

Cecília sorri e corre para o colo de Miguel, que sorri para a filha. Sua esposa também me deseja um feliz aniversário e continua segurando o bolo.

Por último, Lorenzo vem até mim, me entrega a pequena sacola e me dá um selinho demorado, com a mão em meu rosto.

— Feliz aniversário, minha pequena — ele diz, dando-me mais um selinho. — Te amo.

— Obrigada, meu amor — respondo, sorrindo — Eu também te amo.

— Agora abra o presente — ele incentiva, sorrindo.

Abro a sacola e encontro uma caixinha de veludo branco, e, ao abrir, um sorriso lindo se forma em meu rosto. Lágrimas rapidamente escorrem dos meus olhos ao ver um conjunto de alianças.

— Amor... — digo, gaguejando.

— Quer casar comigo, pequena? — ele pergunta, com um olhar cheio de esperança.

Num piscar de olhos, pulo em seus braços, abraçando-o com força, ainda com os olhos cheios de lágrimas.

— Claro que aceito, meu amor — digo, sorrindo radiante.

Corações Proibidos - Lorenzo TorricelliOnde histórias criam vida. Descubra agora