Regra N°. 02

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Amando ler os comentários de vocês! Obrigada por lerem e divulgarem. Sintam-se livres para comentar e me dizer o que vocês esperam dessa história.

+18.

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ALGUMAS SEMANA DEPOIS DAS OLIMPÍADAS DE PARIS



Rebeca já estava acostumada a ser questionada sobre Simone Biles.

No mundinho da ginástica, Simone é referência. É sempre o ponto de partida ou de chegada.

Então, para Rebeca, não era novidade opinar sobre a performance de Simone, tecer elogios a força física e mental da atleta ou mesmo ser comparada a ela porque, no fundo, todas eram.

Existia a ginástica antes e depois de Simone Biles. Qualquer atleta de renome que veio antes, ao ser mencionada hoje, parecia sempre carregar o peso do complemento "imagina como seria a fulana contra a Biles?".

E qualquer atleta que veio depois, bem... veio depois. Teria no máximo o segundo lugar ou, com sorte, venceria contra o demérito de Simone - "só ganhou o ouro porque Simone errou nisso, só venceu porque Simone errou naquilo."

Falar sobre Simone Biles foi sempre fácil e um terreno comum. Mas tudo mudou depois de Paris.

Tudo mudou depois que seus abraços viralizaram, depois que os memes vieram. Depois que Rebeca passou a conhecer cada sinal que pinta a pele de Simone, cada cicatriz que marca seu corpo e cada nota que sua voz alcança entre quatro paredes.

Tudo era uma grande piada na internet, mas Rebeca não deixava de sentir como se todos os olhos conseguissem ver exatamente que memórias vinham à tona quando o nome da estadunidense era citado.

(Suas unhas nas costas dela. O rosto dela entre suas pernas. Os cabelos desgrenhados. A cabeça jogada para trás com a gota de suor descendo até o seio enquanto ela friccionava o sexo contra o seu num ritmo aluncinantemente delicioso.)

Era pra ter sido apenas uma vez.

Só para Rebeca parar de ter a imagem de Simone invadindo sua mente, sem pedir licença, toda vez que se tocava na calada da noite, como aconteceu nos últimos meses.

Só para Rebeca tirar isso de vez do seu sistema, como quando se é picado por uma cobra e aquilo que está te matando é justamente a única coisa que pode te salvar.

(A atleta deixou os sentimentos mais inconscientes transmutar-se em palavras durante entrevistas apenas uma vez, e até hoje repercute como Rebeca Andrade gostaria de mostrar a Simone Biles o Brasil pelos seus olhos. Agora, a cada meme que lhe marcavam, a cada pergunta que lhe faziam, a cada insinuação sugestiva, Rebeca aprendeu a sorrir e dar respostas polidas e diplomáticas. Respostas ensaiadas no espelho.)

Era pra ter sido apenas uma vez, mas o não-encontro em Paris terminou em um dos hotéis mais chiques e exclusivos da cidade turística, e se prolongou pelos dias que restavam. Rebeca, que esperava um antídoto, terminou adicta. E Simone estava mais do que feliz em ser sua droga favorita.

Rebeca já teve essa conversa com Lorrane algumas (várias) vezes nas últimas semanas. Não é que esteja gamada na estadunidense, não é que esteja realmente na dela...

- ...É só que ela é muito gente boa, amiga, juro! Você iria adorar ela. - Rebeca reforçou. - E, óbvio, ela é muito gostosa.

- Difícil acreditar que a gente se daria bem considerando como ela é boçal, né. - Lorrane torceu o nariz e Rebeca riu.

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