Cinco dedos sobre mim, mão pesada
O que são essas digitais ásperas?
Igualmente as cerdas de um pincel
Deslizam suavemente sobre a tela
Em um ritmo calmo, expressivo,
Se finda com um laivo agressivo
Venha, dedos enfurecidos
Desmanche a arte com teu tocar
A encharque de suor até rasgar,
Até que escorra entre tua palma
Leve consigo toda tua alma
Ah, profundos dedos
Adule até a última gota,
Adoeça? Se enfureça? Cresça!
Enxugue o rio que ao tocar, nasceu
Pequenos dígitos arrependidos,
Ágeis em direção aos lábios
Gosto amargo, apavorante
Por favor,
Dá-me algo confortante, artista!
Ô estrago.
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Se eu te amo, eu me odeio
PoetryA personagem conta sobre como se sente após o término de um relacionamento romântico intenso, a dependência emocional atordoa constantemente seus pensamentos. Ela não deixa claro sobre gênero ou sexualidade, hora "ele" hora "ela", sempre enfatiza...