three

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17/05/2024

O quarto estava imerso em uma penumbra opressiva, a única luz vindo da janela, onde as sombras dançavam lentamente. Eu estava sentado ao lado da cama de Beomgyu, segurando sua mão, tentando transmitir um pouco de força através do toque. O silêncio era quase palpável, e cada segundo parecia se arrastar como se o tempo tivesse decidido parar.

A porta se abriu devagar, e o médico entrou. Seu rosto estava sombrio, e eu sabia que havia algo de errado antes mesmo que ele dissesse uma palavra. Meu coração começou a acelerar, e um frio percorreu minha espinha. O que ele traria consigo? A esperança que eu mantinha acesa estava prestes a ser testada novamente.

Beomgyu — o médico começou, mas hesitou. Seu olhar se desviou para mim, depois para o chão. A expressão dele era uma mistura de preocupação e compaixão, e isso só aumentou minha ansiedade.

— Sobre a transfusão... — ele finalmente começou a dizer, mas suas palavras estavam carregadas de um peso que eu não queria ouvir. O silêncio se estendeu entre nós como um fio fino prestes a se romper.

Eu podia sentir a tensão no ar; era como se estivéssemos todos respirando o mesmo medo. Beomgyu olhou para o médico com uma expectativa silenciosa, mas logo percebi que ele já sabia o que estava por vir. As palavras não saíam do médico, e a hesitação dele apenas aumentava a angústia dentro de mim.

E então Beomgyu cortou a conversa com uma calma impressionante:

— Eu não preciso de mais nada para saber o que está acontecendo. Obrigado por tentar, doutor.

As palavras dele ecoaram no quarto como um golpe cruel. Ele se virou para mim com um sorriso forçado, mas seus olhos estavam cheios de lágrimas que começavam a escorregar por seu rosto. A imagem daquele sorriso triste despedaçou meu coração em mil pedaços.

"Beomgyu!" pensei desesperadamente. Como ele conseguia manter essa aparência de tranquilidade enquanto tudo ao nosso redor desmoronava? As lágrimas dele caíam livremente agora, cada gota parecendo uma confirmação da dor que estávamos tentando evitar.

Meu peito apertou com o pânico; eu queria gritar, queria sacudir Beomgyu e fazê-lo entender que não precisava ser forte agora. Mas em vez disso, fiquei ali paralisado, incapaz de encontrar as palavras certas para confortá-lo.

Ele olhou nos meus olhos e tentou sorrir novamente, mas era um sorriso quebrado que me deixou ainda mais angustiado. — Está tudo bem. — ele disse suavemente, mas essas palavras soaram tão vazias diante da realidade cruel que enfrentávamos.

Eu queria gritar para o mundo inteiro ouvir: "Não está tudo bem!" Mas tudo o que consegui fazer foi segurar sua mão com mais força, tentando transmitir todo o amor e apoio que sentia por ele naquele momento devastador.

O médico ficou em silêncio, testemunhando nossa dor silenciosa enquanto eu lutava contra as lágrimas que ameaçavam escapar dos meus olhos também. O clima no quarto era pesado demais para ser suportado; a tristeza nos envolvia como um manto escuro.

▪︎

Não chore, Taehyun. — Beomgyu disse, sua voz suave, mas firme, como se ainda quisesse ser a âncora em meio ao caos que nos cercava. — Eu não quero que você chore por mim. Está me ouvindo?

star of my life ▪︎ taegyu ☆Onde histórias criam vida. Descubra agora