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Sinto fortes dores por todo o meu corpo, os meus olhos estão tão pesados que mal consigo abrí-los. Me mexo devagar e logo ouço o ranger das correntes que me lembram onde eu estou. Presa num lugar horrível, por Matteo.

Busco forças para me sentar, o meu corpo inteiro dói, não consigo mexer as minhas pernas sem sentir dor. Enquanto me mexo, sinto uma ardência nos locais que ele passou a lâmina afiada.

Levo os meus dedos sutilmente até o meu pescoço e sinto o sangue seco e o corte vertical que ali havia, não parecia ser grande, mas estava um pouco dolorido.

Me assusto ao ouvir um barulho na porta, ela range e então Matteo surge por ela, ele ficou em silêncio por um momento, como se estivesse me analisando e de fato estava.

— Bom dia, mia principessa! Espero que tenha passado a noite bem. — ele fala com sarcasmo na voz, não o respondo, então ele continua — Hoje daremos continuidade ao seu castigo, até você colocar nesta sua cabecinha que é minha.

Tento falar, mas nada sai pela minha garganta, apenas um sussurro esganiçado, nada mais.

Vejo ele ir em direção a mesa que estava destapada dessa vez e pegar um chicote. Dio mio, eu vou morrer hoje e agora. Meu corpo já dava sinais que não aguentaria outra tortura, mas eu precisava ser forte, não podia ceder a ele.

Ele se vira até mim com o chicote enrolado em suas mãos, seu olhar predatório me arrepiou da ponta do pé ao meu último fio de cabelo da cabeça. Seus olhos, mesmo com a má iluminação, transmitiam a frieza de sempre, que parecia penetrar na minha alma.

Ele solta a maior parte do chicote que começa a arrastar no chão, apenas com a ponta na sua mão. Meu corpo começou a tremer involuntariamente a cada passo que ele dava.

Ele chegou até mim, o olhei com a mesma intensidade que ele me olhou, se era ódio que ele queria, ódio ele teria. Sinto suas mãos passarem por baixo dos meus braços e me levantarem bruscamente.

— Espero que aprenda de uma vez, mia moglie! — ele dá um sorriso e sem esperar, sinto o primeiro golpe nas minhas pernas. Grito exasperada pela dor — Conte! — quando não tenho qualquer reação, ele me dá uma nova chicotada — CONTE! — ele grita — Será pior para você se não me obedecer! — ele avisa.

Reunindo o restante de força que eu ainda tinha, comecei a contar: — U...um! — falo com a voz trêmula.

O silêncio que reinou após os golpes seguintes, foi ensurdecedor, era apenas quebrado por a minha voz. A sala de concreto parecia sufocante, como se as paredes estivessem se aproximando lentamente, tentando me engolir. Cada respiração que eu tomava era pesada, arrastada, enquanto o ar entrava nos meus pulmões com dificuldade. O suor escorria pela minha pele, misturando-se ao sangue que gotejava das lacerações em meus braços e pernas.

A dor era constante, uma pulsação implacável que corria como fogo por cada nervo do meu corpo. Meus músculos estavam tensos, a pele ardia e parecia queimar sob cada movimento. Ainda assim, eu mantive a cabeça erguida, meus olhos fixos nos de Matteo enquanto ele dava a última chicotada. Dez chicotadas. Senti as minhas pernas falharem. E fui ao chão.

Minha garganta estava seca, os lábios partidos de tanto morder para conter os gritos que quase escaparam enquanto eu xingava. Eles já estavam cortados, só abriram mais.

Eu já estava ferida de todas as maneiras, e sabia que ele queria isso, queria ver o quanto eu poderia suportar antes de finalmente desmoronar. Ele era calculista, cruel, e sabia exatamente como manipular o sofrimento para me quebrar lentamente. Mas ele não me quebraria. Não enquanto eu ainda tivesse controle sobre minha mente.

Eu inclinei minha cabeça para trás, tentando aliviar a tensão nos pulsos amarrados. As correntes já não estavam mais tão apertadas, o meu corpo já se adaptara aquela situação. A pressão no ar dentro da sala era insuportável, mas eu precisei me forçar a ficar acordada. Fechei os olhos, respirando fundo, uma respiração dolorida, que parecia inspirar tudo de ruim que estava no externo do meu corpo.

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