PELO PRIMEIRO MOMENTO depois que as luzes se apagaram, Meri só conseguiu se agarrar ao piso de metal, presa da mais profunda desorientação que já havia sentido na vida. Ela nunca havia conhecido uma escuridão como essa. Parecia pressionar seus olhos. Tinha peso e solidez.

E então as luzes voltaram, não brilhantes como antes, mas fracas e avermelhadas; ela sabia reconhecer uma iluminação de emergência quando a via, mesmo em uma nave espacial.

Naquele primeiro instante, piratas e prisioneiros pareceram igualmente chocados. O centauro lutou para voltar aos seus cascos e se virou para Meri, apontou o braço para o rosto dela - mas nada aconteceu.

Houve um momento de hesitação e espanto enquanto as implicações eram assimiladas por ambos os lados, e então os prisioneiros avançaram.

Meri se encolheu contra a parede e tentou ficar fora do caminho. O centauro atacou com seus cascos e o bastão de choque, e usou seu tamanho e massa maiores para lutar até a porta, para sair da multidão, para fugir. O outro pirata não teve tanta sorte. Ele caiu sob uma onda de atacantes. Meri não viu o que aconteceu com ele exatamente, e ela ficou feliz por isso. Os prisioneiros atormentados não hesitaram em se vingar do abuso que sofreram.

Quando Meri conseguiu se levantar com suas pernas trêmulas, tudo já tinha acabado. O pirata estava morto e os prisioneiros agora estavam brigando por suas pulseiras e bastão de choque. O clima na sala vibrava com tensão. Meri se perguntava desesperadamente se eles tinham ido de uma situação de barril de pólvora para outra. Não havia como dizer de onde a maioria dessas pessoas tinha vindo ou há quanto tempo eram prisioneiros. Alguns deles pareciam tão endurecidos e perigosos quanto os piratas.

Mas também havia pessoas como a delicada dama verde, que agora estava sentada no chão com seus braços finos em volta de si mesma. Hematomas verde-escuros manchavam sua pele lisa. Meri se agachou para tocar seu ombro. "Você está bem?"

A mulher se encolheu. "Eu não vou te machucar", Meri disse a ela, desejando desesperadamente que ela pudesse se fazer entender. "Eu sou uma enfermeira. Enfermeira. Você precisa de ajuda?" Ela tocou seu peito. "Eu sou Meri. Meri."

Sua voz calma conseguiu, eventualmente, penetrar o pânico da mulher verde. "Preet", disse a mulher, tocando seu próprio peito.

"Vou tocar em você agora. Tudo bem?" Ela tocou o ombro de Preet, esperou para dar à mulher uma chance de se afastar se quisesse. Quando Preet não ofereceu nenhuma objeção dessa vez, as mãos bem treinadas de Meri fizeram os movimentos familiares de verificar se havia ossos quebrados e testar gentilmente a rotação do braço. É só mais um turno de emergência. Você sabe como fazer isso.

A mulher a observou nervosamente, mas não tentou resistir enquanto Meri gentilmente, mas firmemente, manipulava seu braço. "Você vai ficar bem", Meri disse a ela, esperando que seu sorriso e tom confiante a tranquilizassem na ausência de uma linguagem comum. "Você pode me ajudar com os outros, por favor?"

Ela ajudou Preet a se levantar e a levou até o pequeno grupo de refugiados da Terra, que ficaram fora da violência da multidão com medo e perplexidade. Uma das mulheres antes inconscientes agora estava acordada e chorando baixinho, o que significava que Frank tinha duas companheiras semi-histéricos em suas mãos e parecia que ele estava a meio caminho de se transformar em uma bagunça soluçante.

"O que está acontecendo?" ele perguntou a Meri ansiosamente. "Estamos sendo resgatados?"

Por que diabos as pessoas continuam pensando que eu sei o que está acontecendo? "Não tenho certeza", ela disse, e guiou a mão da mulher verde para o ombro de uma das mulheres inconscientes. "Fique de olho nela. Evite que ela seja pisoteada. Você me entendeu?"

Dragão de Metal (Guerreiros de Galatea #2)Onde histórias criam vida. Descubra agora