Capítulo 22

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POV MADISON

- Ok, respira, vai ficar tudo bem - eu falo pra mim mesma olhando no espelho - Eu consigo fazer isso, eu consigo fazer qualquer coisa que eu quiser - continuo me repetindo até que eu pareça ter coragem para admitir a loucura que eu vou fazer

Eu vou ter o bebê

Eu sei, tem muitos contras e eu já listei todos eles na minha cabeça repetidamente. O aborto foi legalizado exatamente pra isso, para mulheres não terem que desistir de suas vidas por um acidente e criarem um bebê que elas não queriam. Mas eu não consigo, não é assim que eu me sinto. Eu não sou assim, eu não desisto das coisas, eu não dou pra traz e vou pelo caminho mais fácil

Sim, eu to morrendo de medo, não faço ideia de como vou fazer pra cuidar de um bebê e isso é totalmente contra os meus planos todos e eu surto quando as coisas não saem de acordo com meus planos.

Mas, ao mesmo tempo, nos últimos dias não consigo parar de imaginar isso, ter um bebê, uma coisinha pequena e fofa só minha, que tá crescendo dentro de mim e depende de mim.

É esquisito porque ainda é muito cedo, mas parece que já consigo sentir que tem um mini ser humano aqui dentro, que me faz acordar de manhã vomitando, mas que tá comigo o tempo todo. É uma sensação avassaladora e sinto vontade de chorar só de imaginar um bebê nos meus braços. Eu tenho que fazer isso, tenho que ter o bebê, não posso abandona-lo.

Agora eu só preciso contar para o pai do bebê, no caso meu ex, no caso o homem mais gostoso e babaca do planeta.

Odeio como meu coração derrete apenas em pensar nele. Todos os nossos ultimos momentos juntos vem a minha cabeça, desde a Italia, o sexo, as palavras sussurradas, o jeito que ele me olha

Para de ser trouxa Madison, pelo amor de Deus, você odeia ele - minha diva interior me lembra

Seria bem mais fácil continuar o odiando se ele tivesse sido o completo babaca que eu esperava no dia que eu contei sobre a gravidez. Mas não, ele foi todo compreensivo e querido e ficou me encarando com aquele olhar carinhoso de sempre e eu só queria me jogar nos seus braços fortes e chorar enquanto ele me dizia que ia ficar tudo bem. 

Mas não posso, porque tem uma barreira muito fina entre cuidado e paixão e já misturamos as coisas demais desde que nós reencontramos. Não posso fazer isso de novo comigo porque eu sei muito bem como acabou da ultima vez. E agora temos algo bem mais importante para lidar e não vou deixar nossos sentimentos complicarem tudo ainda mais.

Então a campainha toca me tirando dos devaneios e respiro fundo antes de abrir e dar de cara com o moreno que eu estava imaginando

- Oi linda - Dylan esta com um moletom do time de hockey e uma calça jeans, seu cabelo meio ondulado esta molhado e o cheiro de pós barba invade as minhas narinas me dizendo que ele deve ter acabado de tomar banho.

Deus é muito injusto fazendo um homem tão lindo desde jeito

- Oii, entra - eu respondo tentando tirar a imagem dele tomando banho da minha mente

- Então, tá pronta pra conversar? - ele coloca as mãos  no bolso e se apoia na minha bancada me encarando com o cenho franzido em preocupação, e eu mordo o lábio nervosa

- Sim, bom... vou direito ao assunto - tento começar a falar olhando pro rosto de Dylan, mas logo tenho que desviar porque seus olhos insistem em percorrer todo o meu rosto com tanta atenção que é demais, me sinto exposta e desejada demais e preciso quebrar o contato 

- Eu pensei muito e decidi que vou ter o bebê - falo de uma vez e sinto meu coração apertado imaginando o quão puto ele deve estar, já que com certeza não quer um filho agora, nem eu deveria querer, mas acontece que eu não vou desistir disso - Eu sei, não planejamos nada, e é loucura porque trabalhamos 24 horas por dia, mas... eu não conseguia nem pensar em tirar Dylan

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