O Legado das Sombras

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O Sussurro das Sombras

No coração de uma noite eterna, onde a lua mal tocava o horizonte e o céu estava coberto por nuvens impenetráveis, uma figura se movia com precisão e silêncio. Seraphine, envolta em um manto escuro que parecia fundir-se com as sombras ao seu redor, avançava com passos cautelosos através das ruínas de um antigo templo. Cada movimento seu era um reflexo perfeito da sua maestria na arte das sombras.

O templo, uma vez grandioso, agora estava em ruínas, suas paredes corroídas pelo tempo e pela magia esquecida. Uma sensação de desolação pairava no ar, e os ecos do passado pareciam sussurrar através dos escombros. Seraphine sabia que cada canto escondia segredos profundos, e seu coração batia acelerado enquanto ela se aproximava do altar central, coberto por uma camada de poeira e teias de aranha.

No centro do altar repousava um artefato antigo, seu brilho fraco e instável iluminando a sala com uma luz esmaecida. O artefato, uma esfera enigmática cercada por símbolos arcanos, parecia pulsar com uma energia misteriosa. Seraphine sabia que ele era a chave para descobrir a verdade sobre a Ordem Corrupta e o desaparecimento de seu irmão, Lorian.

Enquanto ela se aproximava, um frio cortante preencheu o ar, e uma presença invisível parecia espreitar nas sombras. A esfera começou a brilhar intensamente, projetando padrões complexos nas paredes do templo. Seraphine, com olhos afiados e cautelosos, estendeu a mão em direção ao artefato. O instante parecia durar uma eternidade, até que, de repente, uma figura encapuzada surgiu das sombras, bloqueando seu caminho.

--Você não deve tocar nisso_a figura falou com uma voz que parecia ecoar de um abismo profundo.-O que você procura está além do seu entendimento.

Seraphine deu um passo atrás, seus olhos fixos na figura que parecia ter surgido do próprio breu. O medo misturava-se com a determinação em seu coração. Ela sabia que o que estava em jogo era mais do que apenas a vida de seu irmão; era o destino de todo o continente.

A figura encapuzada deu um passo à frente, suas intenções ocultas, e antes que Seraphine pudesse reagir, uma onda de energia negra envolveu a sala, e o templo mergulhou em escuridão total. O artefato desapareceu, e com ele, a única pista que Seraphine tinha sobre a Ordem Corrupta e seu irmão.

O que restou foi um vazio inquietante e o eco de uma advertência não compreendida. Seraphine ficou sozinha na escuridão, sentindo o peso da responsabilidade sobre seus ombros. Sabia que sua jornada estava apenas começando, e as sombras que ela enfrentaria seriam apenas o começo de um caminho tortuoso e perigoso.

Quando a luz começou a retornar lentamente, Seraphine se levantou, determinada. Ela não tinha mais o artefato, mas tinha algo mais valioso: a certeza de que sua busca pela verdade e pela justiça estava apenas começando.

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