Capítulo Um

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Faltavam dois minutos para o começo da transmissão e eu já estava ansioso, batendo os pés debaixo da mesa e me certificando da porta estar trancada mesmo morando sozinho.

Acontece que sou apaixonado por um prostituto virtual.

Sim, daqueles que fazem lives em sites adultos e esse em específico é o meu preferido.

O descobri sem querer enquanto estava fazendo uma pesquisa para meu novo livro e me apaixonei no mesmo instante, desde então, sempre contribuo com seu show, sempre o faço pagamentos porque quem faz pagamentos têm direitos a pedidos, e eu quero que ele atenda todos os meus.

Às vezes quando deito a cabeça no travesseiro eu nos imagino juntos, no lugar daqueles brinquedos que ele usa, ele me usando, mas nunca, nunca consigo imaginar seu rosto e fico tão frustrado porque ele parece ter um rosto tão, tão bonito, mas nunca o mostra.

Algumas vezes ele usa boné e máscara, outras vezes ele usa máscaras nos olhos, toucas e tudo mais que vocês possam imaginar.

Vejo seus olhos castanhos escuros brilhando quando vê as centenas que o mandei, vejo seu sorriso nascer quando lê o meu pedido, vejo sua boca se formar em O quando ele geme porque usa o que eu o mando usar.

Depois de o conhecer, minha vida sexual se estagnou, não consigo mais foder qualquer buraco sem o visualizar no lugar, sem visualizar sua cintura fininha, seu abdômen marcado, braços fortes e bunda arrebitadinha.

Não que antes eu tivesse uma vida sexual ativa, por Deus, eu sou escritor, sofro tanta pressão que raramente tenho um dia de folga para respirar. Como se não bastasse a empresa, me deram um assessor louco, mas não um louco do tipo psicopata, e sim um louco maluco mesmo.

Quando perco o prazo da entrega dos capítulos, ele sempre compra bebida e aparece na minha casa, tudo isso para me botar pra escrever depois de duas garrafas de soju, ele diz que eu fico mais inspirado bêbado, e bem, não posso discordar.

Meus livros vendem bem, são recordes da empresa e graças a isso me mudei para um apartamento novo em Seoul essa semana.

E novamente, sequer tive tempo de arrumar meu apartamento, arrumei apenas meu escritório para que eu pudesse assistir o Quokka com privacidade, não que eu não tenha no resto do apartamento, mas gosto da sensação de proteção enquanto estou com as calças abaixadas e meu pau na mão.

- Boa noite, meus amores - de repente a tela de espera se transformou nele.

Hoje ele está simplesmente maravilhoso, ele, o ambiente, suas roupas, hoje está... diferente.

Sua cama estava totalmente arrumada em lençóis brancos, as luzes do quarto eram rosas, ele vestia uma camisa branca de botões, daquelas estilo social, com dois ou três botões abertos, uma gargantilha preta de couro que mais parecia uma coleira, e nada mais do que uma máscara cobrindo seu rosto.

Seu cabelo arrumado repartido ao meio, os olhos sempre tão brilhantes e a bochecha que parecia não caber inteira dentro daquela máscara preta simples.

- Sentiram saudades? - olhei para o chat e sequer dava tempo de ler uma mensagem completa.

Vi que alguns estavam o dando alguns pêssegos, mas eram poucos, poucos até demais, então decidi dar mais eu mesmo, e por sempre mandá-lo, já era conhecido dele.

- Eu tive que me mudar essa semana, por isso não consegui fazer lives antes - ele focou seu olhar numa tela - "Mostre sua cintura", você quer ver minha cintura? Claro, claro, veja - ele se levantou da cadeira que estava sentado e abriu a camisa, me deixando duro só de ver seu peitoral e sua barriga definidas e a cintura fina.

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