Eu estou disposta a obedecer

3.7K 232 111
                                    

Mesmo após o encerramento da transmissão ao vivo, a atmosfera dentro do estúdio ainda era vibrante. Os comentários continuavam a pipocar na tela da MC, banhados em elogios e provocações dos fãs, todos fascinados pela interação sempre cheia de química entre Faye e Yoko. No entanto, quando as duas finalmente saíram dos holofotes e entraram no carro de Faye, revestido com vidros escurecidos e separando-as do resto do mundo, o clima entre elas mudou, tomando uma nova intensidade.

Yoko, com aquele familiar sorriso travesso e um brilho nos olhos, virou-se de lado no banco de couro, e se inclinou levemente para Faye, que aparentemente mantinha-se tranquila do outro lado, mas com sua tensão crônica visível nos ombros.

"Você realmente se supera, P'Faye," Yoko começou, a voz baixa e um ar de riso cheio de provocação velada. "Nem precisei falar sério durante a dinâmica, e lá estava você... levantando os dedos. Super obediente."

Faye virou a cabeça devagar, o maxilar tenso, sem querer dar a Yoko a satisfação de perceber o quanto aquele ato falho a deixava envergonhada. "Foi só uma brincadeira. O pessoal estava rindo. Não tinha nada a ver com obediência."

"Ah, claro, claro," Yoko disse, balançando a cabeça enquanto um sorriso crescia em seus lábios. "Já foi no automático, né? Usa tanto já nem percebe o que tá fazendo."

Yoko se divertia deslizando os dedos pelas próprias coxas, como se estivesse saboreando cada palavra que saía de sua boca, enquanto observava Faye com aquele olhar que a despia sem esforço algum. Faye ignorou, tendo se manter concentrada no trânsito à sua frente, vendo as luzes de Bangkok passando rapidamente do lado de fora, mas era impossível fugir do campo magnético criado por Yoko dentro daquele espaço tão pequeno.

"Você está delirando," Faye finalmente respondeu, sua voz mais firme do que se sentia. "Era uma simples piada. Já disse que não tem nada a ver com... você."

Yoko riu suavemente, mas havia uma dualidade presente naquele riso que sempre desarmava Faye. Era o tipo de riso que não a deixava escapar, que a prendia ainda mais na teia que Yoko tecia envolta dela com cada palavra. "Se isso te faz dormir a noite....," ela sussurrou, inclinando-se mais perto, seu hálito quente passando pela orelha de Faye. "Mas eu sei exatamente o que vi, P'Faye. E você sabe também."

Faye tentou conter o arrepio que percorreu sua espinha quando sentiu os lábios de Yoko roçarem levemente sua orelha, seguidos de uma mordida suave no lóbulo, provocando um suspiro baixo que ela não conseguiu conter.

"Você sabe que eu não faço isso. Eu não..." Faye começou, mas sua voz falhou quando Yoko deslizou a mão lentamente pelo braço dela, como quem acaricia algo de valor, até descer e alcançar sua coxa.

"Não faz o quê, hm?" Yoko murmurou, os dedos brincando provocativamente com a pele de Faye, como se cada toque fosse milimetricamente calculados para arrancar a reação que ela queria. "Não me obedece? Não faz o que eu mando, mesmo sem eu pedir? Porque, pra mim, foi bem claro o que aconteceu ali. Seu corpo... ele está programado pra me obedecer, mesmo que a sua consciência diga que não."

Faye respirou fundo, tentando se concentrar em qualquer coisa que não fosse o toque de Yoko, a forma como os dedos dela pressionavam sua coxa sobre a bermuda, subindo lentamente. Mas a provocação não parava. Era como se Yoko soubesse exatamente onde apertar, não só fisicamente, mas mentalmente. Faye odiava isso, odiava como Yoko sempre conseguia desestabilizá-la.

"Foi coincidência, Yo" Faye murmurou, tentando manter algum controle da situação. "Eu só..."

"Coincidência?" Yoko interrompeu, com um sorriso convencido. "Eu chamo isso de instinto. Você reage a mim, P'Faye, reage de um jeito que nem percebe. E sabe o que eu adoro? Eu nem preciso mandar, porque você já está... sempre pronta para mim."

One or Two Fingers - One Shot FayeYoko Onde histórias criam vida. Descubra agora