O Pântano Manchac - Fanfic Crossover

Capítulo 1

Café & Hospedaria da Grace, New Orleans

Já passava das dez da noite quando eles dois chegaram. Expressões cansadas se arrastando pela entrada do "Café & Hospedaria da Grace" ou "Café da Grace", como eles costumavam dizer. Ergui os olhos e sorri para o meu café fumegante enquanto via aqueles corpos sujos entrando e acabando com a limpeza do lugar.

- Uau, dessa vez vocês se superaram. Por onde andavam, caçando no pântano? Cuidando de porcos?

- Meu fígado ri da sua piada, Grace - retrucou Dean Winchester.

Sam apenas franziu o cenho e distribuiu uma camada de lama pelo tapete principal, obrigada, Sammy!

- Ok, garotos, o que os traz aqui? Espero que não sejam vampiros outra vez. Na última, tive um belo prejuízo com os que apareceram na cidade. - Fuzilei os dois com um olhar incriminatório e apontei para meu balcão ainda reluzindo um verniz escuro. Sam estava na minha frente esboçando um abraço, mas com aquela cor indefinida de lama entre preto, cinza ou marrom e a cara suja ou o quer que fosse aquilo, as roupas tesas, botas ainda molhadas e que continuavam a soltar meleca pelo meu estabelecimento, eu não permitiria mesmo com anos de saudade.

- Relaxa, desta vez não são vampiros - ele olhou para Dean franzindo os lábios e levantando as sobrancelhas.

- Ok, que diabos vocês estão caçando E NÃO SE MOVA DEAN WINCHESTER! - foi Dean que me fuzilou desta vez.

- Olha, vai ser difícil! Hoje tá muito difícil! Sammy, vamos embora daqui, Baby ainda está toda suja, com certeza entrou lama até nos lugares mais difíceis, coitada da minha garota.

Revirei os olhos. - Calado, Dean. Sempre com drama, hein. Venham os dois p-e-l-o-c-a-n-t-o e não sujem mais, que trabalheira. Subam e se lavem, desçam aqui cheirosos e me expliquem essa parafernalha toda. - Me rendi soltando beijos a distância para aqueles dois que sempre que visitavam, não era uma simples visita.

Cerca de meia hora mais tarde...

- Grace, posso lavar para você... - Sam Winchester, o mais novo e mais educado, que fique bem claro, oferecia o que ele pensava ser uma ajuda.

- É claro que pode, querido, e é o que irão fazer. Mas andem, expliquem o que diabos estão fazendo aqui, pois não vieram ver este rosto bonito nem trazer flores, é óbvio. - Ergui as sobrancelhas encarando-os.

- O Sam estava certo, não precisa se preocupar com vampiros, na verdade nós nem sabemos o que tem lá.

- Lá. Ok... Onde é "lá"?

- Manchac. - Os dois se olharam, pareciam desconfortáveis. Sam se ajeitou na cadeira que havia puxado e Dean desviou o olhar em seguida.

- Que diabos foram fazer no pântano? Não tem nada além de conversa pra turista gastar grana com o pessoal da região. Mais nada. Vocês são idiotas?

- Ei, lady, vai com calma, você tá parecendo o Bobby só que com saias e pernas gos... - Dean foi invadido por uma crise de tosse repentina, fruto de uma cotovelada vinda do irmão.

- Droga, Grace! Aqui não tem nenhuma criança, ok?

- Certo, bonitão. Olha aqui, você nunca foi o mais equilibrado. - Desviei minha atenção para o outro irmão - Sam, o que está rolando?

- Na verdade, é o que o Dean disse, não sabemos o que há em Manchac. Sabemos de toda a história sobre os turistas e a grana que circula em torno das bobagens que são ditas, mas há 3 meses estão ocorrendo mortes no pântano, e não acho que seja coincidência.

- Quais mortes? Sou daqui e não soube de nada.

- Grace, você mora em New Orleans, não em Manchac...

- Moro a menos de uma hora de lá, Dean, estou quase na fronteira, estou quase na cozinha da Sra. Manchac, se quer saber. Fale-me sobre as mortes.

- Bem, a primeira foi dada como acidente. Uma garota caiu do barco que a levava com outros três caras por uma incursão pelo pântano... dessas que você está pensando mesmo. Pelo que disseram à polícia, Alícia Queen, 21 anos, bateu a cabeça em um galho e caiu nas águas encardidas e nojentas daquele lugar, ela não emergiu, simplesmente caiu e sumiu. O guia afirma que as águas não passam de 2 metros, não acharam o corpo e após três dias de buscas, desistiram. - Explicou Dean.

- Houve também a segunda garota, Maria Laguerta, 21 anos, afirmou ter visto alguém pedir ajuda metros à frente do barco em que estava e fez o guia seguir suas coordenadas até que a própria se jogou na água para ajudar alguém que aparentemente só ela conseguia ver e ouvir. O guia disse que a garota sumiu de vista assim que se jogou. Também não a encontraram. - Contou Sam.

- E a terceira? - os dois estavam calados.

- A terceira é uma amiga nossa, a Jo, filha de Ellen Harvelle, - aqui Dean pareceu sensível - são caçadoras. Ellen está em choque, nem conseguiu nos acompanhar. Bobby está cuidando dela. - Os dois bebericaram de suas xícaras dessa vez, repeti o gesto, pensativa... Três mortes seguidas, idades iguais, turistas e nada nos jornais?

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