PEYDORRERA

T2C4 | A CAVERNA

Ellen e Maria Laura estavam completamente imersas em seus treinos, dedicando-se com intensidade para expandir suas habilidades mágicas. Cada dia era uma oportunidade para aprimorar seus poderes peidantes, e elas estavam fazendo progressos notáveis. Seus peidos mágicos agora eram mais poderosos e variados, capazes de criar raios coloridos e até pequenas explosões de energia.

Enquanto praticavam, o calor intenso do novo sol parecia quase insignificante comparado ao desafio de dominar suas habilidades. O ambiente, saturado com o cheiro de peidos mágicos, se tornava um campo de treino ideal, e a determinação em seus olhos mostrava que estavam prontas para enfrentar o que viesse a seguir.

No entanto, um estrondo colossal quebrou a concentração das meninas e sacudiu o chão do bosque. Ellen e Maria Laura pararam imediatamente, trocando olhares preocupados. O som parecia vir de uma direção específica, e, sem hesitar, elas correram para investigar.

A trilha as levou até a entrada de uma caverna oculta. O interior da caverna era sombrio e úmido, com as paredes cobertas de musgo e estalactites pendendo do teto. No centro da caverna, encontraram um pequeno golfinho de pedra em um pedestal. Ao lado do golfinho, uma carta envelhecida estava cuidadosamente colocada.

Maria Laura pegou a carta com mãos trêmulas e a desdobrou. As palavras escritas nela eram uma ameaça direta: a volta dos golfinhos peidantes e de Sir Bubblegum estava iminente. A carta descrevia quatro sinais que indicariam o retorno da guerra, sendo esses sinais quatro trovões peidantes. Quando o quarto trovão ocorresse, a guerra recomeçaria, e o novo sol se tornaria vermelho.

Ellen olhou para Maria Laura, o desespero estampado em seu rosto. "Isso é um alerta. Precisamos agir antes que seja tarde demais."

"Precisamos descobrir como lidar com esses sinais antes que o quarto trovão aconteça," concordou Maria Laura, a tensão clara em sua voz.

Enquanto as duas estavam imersas na leitura da carta e discutiam suas implicações, o ogro apareceu repentinamente na entrada da caverna. Seu olhar estava carregado de curiosidade e preocupação.

"O que está acontecendo aqui?" perguntou o ogro com uma voz grave e inquietante.

Maria Laura se virou rapidamente para encará-lo. "Encontramos esta carta. Ela fala sobre quatro sinais de uma nova guerra, começando com trovões peidantes. O último sinal ocorrerá e a guerra irá começar, e o novo sol ficará vermelho."

O ogro franziu a testa, absorvendo a informação. "Quatro sinais... Isso é mais sério do que eu pensei."

Ellen, ainda com a carta em mãos, acrescentou: "Você sabia de algo sobre isso? O que podemos fazer para impedir que esses sinais se concretizem?"

O ogro pareceu ponderar por um momento antes de responder. "Os sinais são indicativos de algo muito maior. Infelizmente, não conheço todos os detalhes, mas posso ajudar com o que sei. Precisamos de uma estratégia para enfrentar esses sinais e minimizar o impacto."

Maria Laura, olhando para o ogro com desconfiança, questionou: "E por que você está tão calmo? Isso não é o tipo de situação que normalmente seria tratado com indiferença."

O ogro deu um sorriso frio, tentando aparentar calma. "Estou aqui para ajudar, mas também para garantir que tudo corra conforme o planejado. O que realmente importa agora é que vocês estejam preparadas."

Enquanto a conversa avançava, um som profundo e estrondoso ecoou pelo céu, vibrando por todo o bosque. As meninas e o ogro olharam para cima, o primeiro trovão peidante se manifestou com uma explosão retumbante que iluminou o céu com um brilho avermelhado.

"Isso... Isso é um dos sinais!" exclamou Ellen, o pânico visível em seu olhar. "O primeiro trovão já aconteceu!"

Maria Laura ajustou sua postura, determinada. "Faltam três trovões. Precisamos agir rápido e descobrir o que fazer antes que o próximo sinal aconteça."

De repente, a tensão do momento quebrou o autocontrole das duas. O pavor de enfrentar Sir Bubblegum novamente as atingiu em cheio. Ellen e Maria Laura, incapazes de conter o medo, caíram de joelhos e começaram a chorar.

"Não vamos conseguir! Tudo vai começar de novo!" soluçou Ellen, enquanto as lágrimas escorriam pelo seu rosto.

Maria Laura, também em lágrimas, assentiu. "Estamos sozinhas contra tudo isso... Como vamos vencer de novo?"

Enquanto as lágrimas das duas escorriam, Maria Laura olhou de relance para o ogro. Ele estava parado ali, observando a cena... com um sorrisinho no rosto. Ela piscou, surpresa. Ele estava... rindo delas?

"Ellen, olha pra ele," Maria Laura disse entre soluços, apontando para o ogro.

Ellen levantou a cabeça, confusa, e também viu o sorriso discreto do ogro. Ele rapidamente tentou disfarçar, endireitando a postura e limpando a garganta, mas o dano já estava feito.

"O que é tão engraçado?" Ellen perguntou, agora desconfiada.

"Eu não... eu não estou rindo," o ogro respondeu, visivelmente desconfortável, mas sua explicação soou fraca.

As meninas se entreolharam, o choro agora substituído por uma crescente sensação de desconfiança. O ogro, que até então parecia ser um aliado, agora parecia ter algo a esconder.

Algo não estava certo, e elas sabiam disso.