Capitulo 2

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Midoryia seguiu pelo corredor a passos lentos, sentindo o coração bater mais rápido a cada passo em direção ao quarto. Ele sempre soubera que os sentimentos que tinha por Katsuki eram algo mais, algo além da amizade. Mesmo com o tempo que passaram afastados, nada mudou. Bastava Katsuki olhar para ele para que seu coração acelerasse e sua respiração ficasse irregular.

Enquanto se aproximava da porta, Midoriya sentia um misto de ansiedade e expectativa. O quarto estava em silêncio, e ele hesitou por um momento antes de abrir a porta lentamente. A visão de Katsuki, amarrado e vendado, trouxe uma mistura de sentimentos intensos: preocupação, ternura e um pouco de diversão.

Katsuki, que talvez por estar vendado, sentia seus outros sentidos se aguçando. "Quem tá aí? Vieram finalmente me soltar?" Mas não obteve resposta. Izuko, tomado por uma ousadia que jamais imaginara em si, não respondeu, apenas se aproximou lentamente do amigo. Katsuki ouvia os passos quase silenciosos que se dirigiam em sua direção. "Quem tá aí, caralho?! Perdeu a língua?"

Izuko só queria um minuto, apenas um minuto para estar tão perto dele, poder tocar seu rosto sem receio. Depois, iria embora. Ele se aproximou e se abaixou, até estar cara a cara com Katsuki. Este sentiu uma respiração irregular próximo a si e paralisou. Um cheiro familiar o envolveu, e Katsuki, ao respirar, percebeu o perfume que lhe trazia memórias de um dia ensolarado, risadas despreocupadas e momentos compartilhados.

O ar estava carregado de uma intensidade inesperada. Katsuki sentia o calor do corpo de Izuko próximo ao seu e a tensão entre eles era palpável. Izuko, com o coração acelerado, estendeu a mão e tocou suavemente o rosto de Katsuki, um gesto cheio de carinho e insegurança.

Katsuki inclinou o rosto em direção ao toque, como se quisesse prolongar o momento, e isso despertou algo no peito de Izuko. Ele se aproximou tanto que suas testas quase se tocaram, as respirações quentes se misturando. A mão de Izuko deslizou pelo maxilar do amigo, e Katsuki sentia que seu coração poderia parar a qualquer instante. Com suavidade, Izuko passou os dedos pelos lábios de Katsuki, que suspirou e os entreabriu. Sem dizer uma palavra, Katsuki ergueu o rosto em desafio, esperando, com o espaço entre eles praticamente inexistente.

Em um ímpeto, Izuko encerrou a distância, selando seus lábios nos de Katsuki. O toque foi suave, mas cheio de sentimento, fazendo a pulsação de ambos acelerar. Lentamente, ele se afastou.

Ainda preso a cadeira, Katsuki umedeceu os lábios. Izuko colocou a mão sobre seus próprios lábios, assustado, enfim percebendo o que havia feito. O silêncio que se seguiu foi carregado de expectativa.

"Izuko", Katsuki murmurou, sua voz rouca, mais suave do que o habitual. Izuko respirou fundo, tentando reunir coragem para responder. Não havia mais como negar, ele sabia que era tarde demais. Por alguma razão, Katsuki o havia reconhecido.

"E-eu... é-é... me desculpa. Eu não devia... Ka-Kacchan..." Ele falou em voz baixa, envergonhado, enquanto removia a venda de Katsuki.

"Ei, nerd, respira." Katsuki disse com suavidade, os olhos vermelhos o fitando com uma expressão que Izuko não conseguiu decifrar.

"C-como você sabia?" ele murmurou em resposta.

"Me solte e eu te digo." Katsuki respondeu. Izuko engoliu em seco, virou-se para as costas do amigo e começou a desamarrar seus pulsos. As mãos de Izuko tremiam levemente enquanto ele desfazia o nó que mantinha os pulsos de Katsuki presos. O silêncio entre eles era denso, carregado por algo que Izuko não sabia como lidar. O som da respiração de ambos parecia ecoar no ambiente. Quando finalmente as soltou, Katsuki moveu os braços com um leve estalo nos pulsos, mas não fez menção de se afastar.

Izuko sentiu o peso do olhar de Katsuki sobre ele, e, sem saber o que esperar, virou-se lentamente para encará-lo. Katsuki mantinha a mesma expressão firme, mas havia algo de diferente em seus olhos. Izuko não conseguia definir se era compreensão, raiva ou... outra coisa que ele não ousava nomear.

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