8 - ( Des ) entendimentos.

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*nota: oi! enfim o último capítulo... confesso que dei uma enroladinha pra postar por motivos de: fiquei com dó de me despedir daqui :(

maaaaaas cá estamos, finalmente! ainda postarei um "agradecimentos", mas por aqui já deixo meu muito obrigada a vocês que acompanharam mais uma ficzinha minha! espero que tenham curtido e que gostem desse capítulo também! <3

boa leitura! <3

[ ... ]

 ─ Lico? – Daniel chamou com a voz sussurrada e levemente rouca devido ao fato de ter acabado de acordar. Ainda estava de olhos fechados, não fazendo ideia de que horas eram, mas sabia que possivelmente era cedo e eles não haviam dormido praticamente nada.

Passou a mão pelo colchão, ficando levemente nervoso quando não sentiu outro corpo colado ao seu, afinal, haviam dormido de conchinha e Elídio deveria estar ali! Elídio não o deixaria sozinho na primeira vez que dormiram juntos! ... Certo?

Com o nervosismo aumentando, respirou fundo uma vez, abrindo os olhos lentamente, ficando completamente decepcionado quando confirmou que estava sozinho naquele colchão de casal tão grande. Contudo, tentando não surtar e se desesperar no momento, lentamente sentou-se na cama, tendo o fino lençol cobrindo seu corpo que ainda estava nu, cheio de marcas e as sensações gostosas que sentiu durante boa parte da noite e madrugada ainda estavam presentes ali.

"Bem... ele deve ter ido ao banheiro..." pensou e, no mesmo segundo, olhou para o cômodo, engolindo em seco quando viu que a porta estava aberta e as luzes apagadas, demonstrando que Elídio não estava ali.

Iria buscar mais respostas, porém quando seus olhos foram até a mesinha de cabeceira, encontrando um papel dobrado sendo preso pelo próprio celular, Daniel não conseguiu evitar seus olhos de ficarem marejados e no segundo seguinte, lágrimas já escorriam por suas bochechas, sentindo-se tão machucado, mesmo sabendo que não tinha o direito de se sentir assim.

Daniel sabia que não deveria esperar nada de Elídio. Sabia que eles não tinham nada. Tinha consciência que haviam grandes chances daquela noite ser a única que passaria ao lado de Elídio. Daniel sabia de tudo isso e mesmo assim escolheu e pediu para ser de Elídio, não se arrependendo nenhum segundo de cada beijo e cada toque que trocaram. Mas no fundo, bem no fundo, Daniel realmente esperava acordar abraçado a ele hoje.

Ainda chorando baixinho e já sabendo o que provavelmente estava escrito naquele bilhete que não era a primeira vez que ganhava, decidiu por não ler, sabendo que seria pior, mais dolorido. Com certa pressa e ainda sentindo as gotas salgadas saindo de seus olhos, livrou-se do lençol, levantando da cama e caçando suas roupas que estavam espalhadas pelo chão do quarto junto com embalagens de camisinhas que usaram. Já vestido, colocou as meias e os tênis, tentando inutilmente parar de chorar, secando o rosto com as costas de suas mãos, fungando algumas vezes. Se sentia patético, bobo, machucado, mas não culpava Elídio de nada, afinal, quem criou expectativas demais havia sido Daniel.

Ajeitou as roupas amassadas no corpo da melhor maneira que conseguiu. Andou até a mesinha de cabeceira, pegando o celular e desbloqueando a tela. Eram 08:52h. Guardou o aparelho no bolso de sua bermuda, limpando as lágrimas teimosas que ainda saíam de seus olhos, descendo até as bochechas. Se tivesse sorte, conseguiria ir embora sem falar com ninguém e depois mandaria alguma mensagem para o WhatsApp de Elídio tentando inventar alguma explicação minimamente decente para ter ido embora cedo e sem se despedir.

Respirou fundo uma vez, abrindo a porta lentamente, sem fazer barulho. Olhou para fora e ao redor, notando que todas as portas estavam abertas, mordendo o lábio inferior. "Ótimo, todos estão acordados já..." pensou, temendo encontrar alguém pelo caminho que precisaria percorrer para ir embora.

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