Amor sob o capô: uma história de Jason Todd x OC - COMPLETA ✔️

Capítulo 2 : Apenas uma dança

Jason engoliu o resto do uísque e olhou feio para os grupos de festeiros rindo por perto. O último lugar em que ele queria estar em uma sexta-feira à noite era uma festa de caridade organizada pela elite de Gotham. Ele desprezava a caridade... ou pelo menos as instituições de caridade de Gotham. Eles raramente usavam o dinheiro como prometido e alguns até roubavam informações de contas bancárias de clientes desavisados. Bruce insistiu que ele fosse à festa apesar de seus sentimentos de "apoiar boas causas", mas Jason sabia o verdadeiro motivo.

Embora ele tenha desertado da Liga dos Assassinos e retornado para sua família alguns anos atrás, seu relacionamento com Bruce permaneceu tenso. Jason acreditava que matar criminosos era muito mais eficiente do que esperar que eles mudassem depois de uma boa surra. Criminosos mortos significavam menos criminosos. Isso enviava aos maiores jogadores de poder uma mensagem de que sua próxima ofensa poderia ser a última em mais de uma maneira. Enquanto isso, Bruce se mantinha firme que assassinato era imoral e a mesma coisa que ele lutava incansavelmente para evitar. Ao se colocar no lugar de um monstro, você se torna o monstro. O ódio compartilhado deles pelo método do outro de defender a justiça os colocava em constante desacordo, e é por isso que Jason escolheu trabalhar sozinho. 

Bruce esperava que a gala de arrecadação de fundos do Hospital Infantil no Royal Hotel servisse como uma oportunidade para consertar seu relacionamento rompido. Ele não poderia estar mais errado. Jason entrou com o plano de envergonhar a si mesmo e sua família tão profundamente que eles praticamente implorariam para que ele fosse embora. A namorada de Bruce, Selina Kyle, percebeu seu plano mestre e o redirecionou para o bar com uma ameaça de violência pessoal se ele tentasse qualquer outra coisa. Ele estava lá nas últimas horas.

Jason recebeu outra bebida do barman enquanto observava os outros participantes. Magnatas corruptos dos negócios conversavam com seus associados e acumulavam contas ridículas no bar. Seus acompanhantes — todas as jovens modelos, atrizes ou socialites deslumbrantes da cidade — bebiam o melhor champanhe e cobiçavam os homens menos ricos, porém mais atraentes, na pista de dança. 

Jason estudou as mulheres por um momento e então balançou a cabeça. 

Quando se tratava de romance, Jason não era de compromissos. Ele teve pequenos flertes com algumas de suas parceiras de combate ao crime — incluindo Artemis, Rose Wilson, a ex-namorada de Dick, Koriand'r, e até Barbara quando eram adolescentes — mas nada duradouro. Ele sabia que provavelmente chegaria a um fim amargo, então não havia sentido em tentar. Ele também não podia se dar ao luxo de ter alguém normal se aproximando o suficiente para descobrir seu segredo. Ele viu em primeira mão como muitos dos relacionamentos de Bruce terminaram em desastre porque ele era muito livre com sua identidade. A mulher geralmente encontrava algum destino horrível ou acabava sendo outro pedaço de escória criminosa comum. 

Mesmo que ele decidisse se estabelecer, ele dificilmente saberia o que fazer com uma namorada se tivesse uma. Sua infância não o ensinou exatamente sobre honestidade, confiança, afeição e todos os outros elementos de um relacionamento saudável. Ele também não se importava em ter encontros de uma noite. Claro, era uma maneira de liberar a tensão. Mas qual o sentido de se aproximar de outra pessoa, mesmo que fosse apenas por uma hora, se não significasse nada? Ele estava melhor sozinho. Ninguém que valesse a pena se agarrar jamais concordaria em ficar com alguém tão danificado quanto ele.

"Com licença!"

De repente, um homem com cabelo perfeitamente penteado em um terno de grife rudemente abriu caminho para o assento ao lado de Jason. Seu rosto parecia mutado por melhorias cirúrgicas e sua colônia perfumada já estava dando dor de cabeça a Jason. Ele não se incomodou em se desculpar e apenas tomou um gole de sua bebida, murmurando alguns palavrões no copo. O homem então se virou na cadeira e gesticulou para alguém parado na multidão.