CAPÍTULO 1 - Ossos em uma caixa

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Jisung passou as mãos pelo capô do carro e a temperatura elevada fez sua pele arder, por essa razão afastou sua palma fazendo uma carreta, em seguida, para evitar constrangimento, colocou a mão machucada no bolso e fingiu que nada havia acontecido. Porém, mal sabia ele que do outro lado da rua, fumando um cigarro, estava Doyoung observando distraidamente seu irmão mais novo agir desastradamente. A risada foi contida para não constrangê-lo, mas em seus pensamentos a cena hilária rendeu inúmeros comentários ao jeito de seu irmão.

Ele é fofo, não há como negar. Soltando a fumaça pela boca, Doyoung deu um sorriso de canto e jogou a bituca no chão pisando logo em seguida. Com passos lento o jovem adulto se aproximava da figura alta e desastrada, que naquele instante estava olhando a cabana mal acabada com olhos desesperançosos.

— Não faça essa cara — repreendeu-o Doyoung. — Poderia estar muito pior. Falta uma pintura, quem sabe um pouco de gesso para tapar os buracos e madeira?

— Você fala como se tivéssemos tempo para fazer alguma coisa — debochou Jisung com a voz baixa. — Meus amigos vão chegar às 18, como poderemos tornar esse lugar agradável aos olhos em menos de cinco horas?

Doyoung riu nasalado e encarou a cabana mal acabada.

— Nada é realmente impossível!

— Você tem muita fé.

— E você não podia fazer programação de Halloween pior! — reclamou Doyoung andando em direção ao carro. — Por que você e seus amigos não fazem como a maioria das crianças e pedem doce, ou vão a uma festinha?

— Porque nós não temos 10 anos, temos 17 — rebateu Jisung esperando nos fundos do carro o porta-malas ser aberto.

Abrindo a porta do motorista, Doyoung enfiou a mão no pequeno vão entre o banco e a porta, tateando sem condenação para achar uma pequena alavanca. Na parte de trás do veículo, a porta do porta-malas ergueu-se minimamente, sendo assim Jisung a abriu totalmente. As inúmeras ferramentas pareciam inúteis para o estado da cabana, o que fazia o adolescente querer desistir.

— Não faça essa cara! — repreendeu Doyoung caminhando lentamente em sua direção. — Vamos dar um jeito na aparência da cabana e você não vai passar vergonha, ok?

— Por acaso você faz milagres, usa magia ou sabe fazer uma ilusão que dure até de amanhã? — perguntou Jisung com um tom debochado. — Caso não, acho que é impossível deixar isso... apresentável.

— Então, você quer desmarcar?

Os olhos de Jisung se arregalaram e seu rosto demonstrou um ligeiro espanto.

— Não, não! Eu não posso desmarcar tão em cima da hora — negou balançando a cabeça.

— Hum... Certo. — Doyoung pegou uma das bolsas de ferramentas. — Então, se contente com o que tem, vamos deixar um pouco melhor e você pare de reclamar. Não é como se vocês fossem ficar do lado de fora olhando para os buracos da fachada.

Jisung revirou os olhos e pegou uma das latas de tinta do porta-malas, saiu batendo os pés e deixou o irmão para trás. Com um suspiro alto, Doyoung se perguntava onde estava o irmão adorável que sempre corria atrás dele pelo quintal de casa e como aquela adorável criança havia se tornado um adolescente tão rabugento. Deixando a bolsa de ferramentas no chão da pequena entrada da casa, Doyoung tirou do bolso um bolso de chave e tentou uma por uma até encontrar a que se encaixava com a maçaneta.

Enquanto isso, Jisung, com o rosto mal-humorado, tirava as coisas do porta-malas e colocava na entrada. Mordendo os lábios, o garoto fazia com má vontade, pois sua mente estava ocupada pensando o que seus amigos iriam achar quando chegassem mais tarde. Colocando o último utensílio no chão da entrada, Jisung suspirou baixo e suas sobrancelhas caíram quando olhou para a cabana novamente.

Os mortos estão batendo na porta | JISUNG ✔️Onde histórias criam vida. Descubra agora