Quem procura, acha.

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Quem procura, acha. - by Ivvy Delaire
Capítulo 1 - Giselle pov.

Nem todo mundo nasce com dinheiro no bolso e vai gastar, eu por exemplo nasci com uma carteira de trabalho na mão e um sonho — ter dinheiro — pra sair da casa da minha tia que fez de tudo por mim, sei que ela não é uma tia muito legal e que não me trata tão bem como devia tratar sendo minha tia, mas tudo bem, eu estou debaixo do teto dela desde meus 7 anos então tenho que aguentar calada pra não ser expulsa antes de conseguir um emprego, as vezes parece que ela está prestes a me expulsar jogando uma garrafa de vidro na minha cara então estou totalmente maluca atrás de qualquer emprego que consiga me fazer pagar o aluguel de um apartamento e comida pra não morrer de fome aos 22 anos.

Pegar ônibus é um inferno, sinceramente, cheiros ruins, pessoas ruins e ter que ficar em pé do lado de um homem suado em horário de pico quando poderia estar sentada com um fone de ouvido escutando música sem ser incomodada, minha tia sempre diz que isso vai mudar e que logo eu vou poder viver tendo meu dinheiro e deixando ela em paz com o namorado e a aposentadoria, eu agradeço que ela nunca pôde ter filhos, seria outro inferno pra aguentar.

Estou morta de fome, entreguei currículo em 10 lugares diferentes andando na chuva e só agora após horário de almoço saiu um sol, eu só não comi por boba porque tenho dinheiro pra comer fora, mas também estou tão preocupada em conseguir o emprego que não ligo de ficar sem comer.

Fui pegar o celular pra ver se havia alguma ligação da minha tia, pois ela teria que chegar mais tarde hoje e eu preciso cozinhar pra visita que vai chegar junto com ela, mas algum idiota esbarrou em mim e meu celular caiu no chão.

— Ah, desculpa, está tudo bem? — Uma garota de cabelos ruivos e medianos pegou meu celular e sorriu, ela parece ser bem de vida, está usando Versace que não parece ser nem um pouco falsa, ao contrário de mim, que estou usando um moletom preto por cima de uma saia verde escuro e all star totalmente podre de sujeira.

— Eu tô bem. — Peguei meu celular e havia trincado no canto, pelo menos era na película.

— Nunca te vi por aqui, é de longe?

— Não, apenas não saio muito de casa. — Guardei meu celular e tirei o gorro do moletom que estava por cima de outro gorro preto.

— Deftones.

— O que?

— No seu moletom, a banda. — A garota apontou, me fazendo ficar constrangida.

— Ah, sabe... eu não...

— Eu também gosto, Change é minha religião.

Olhei para os lados e já estava querendo começar a escurecer.

— Bom, eu preciso ir pra casa, mas que bom que você gosta de Deftones, tem bom gosto. — Sorri e me virei para sair mas senti uma pressão no meu braço.

— Espera! desculpa, mas pode me passar seu número? também não me disse seu nome... — Achei estranho, nunca me pediram meu número antes, só na escola e foi pra acharem o endereço da minha casa para tacar pedra em mim.

(...)


Achei meio estranho ela tocar no assunto do celular, geralmente ninguém se importa se você se ferra, apenas ri e tá tudo bem

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Achei meio estranho ela tocar no assunto do celular, geralmente ninguém se importa se você se ferra, apenas ri e tá tudo bem. Talvez ela seja alguém diferente.

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