𝘏𝘶𝘮𝘢𝘯𝘰𝘴 𝘦𝘴𝘵𝘳𝘢𝘯𝘩𝘰𝘴.

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STAHMA TARR

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STAHMA TARR

Em Defiance, lidar com os humanos não era um desafio muito denso ou complexo — não depois de muitos anos. Eu não tinha que dividir a casa com nenhum. Exceto com Christie; mas minha hanya tavo¹ sempre fora uma garota adorável e que se esforçava para aprender sobre minha espécie e cultura. Haviam humanos levemente irritantes com sua falta de honestidade sobre si mesmos — e não admitiam suas sombras — ou então, os que ainda tinham nojo de outras espécies. Estes eram poucos, no entanto.

Porém eu nunca havia lidado com toda essa cultura humana. Esperar pelo jantar com a família da mulher, Lucy, que me acolheu, é no mínimo constrangedor. Suas crianças estão me encarando até agora em seus pijamas coloridos, brincando com seus brinquedos e usando suas máscaras de proteção. Do mesmo jeito está seu marido, que fingia usar um espelho negro maior que sua palma, que vez ou outra brilhava. Mesmo que ele disfarçasse apenas para me evitar, parecia muito centrado no aparelho tecnológico brilhoso. Não existe isso em Defiance. E parece realmente avançado.

A quantidade de cores em sua sala de estar não era aconchegante, era desarmonioso. Estátuas pequenas do que supus serem animais extintos a muito em 2046, brinquedos para crianças humanas espalhados pelo carpete; alguns faziam barulhos agudos incômodos aos meus ouvidos sensíveis quando as crianças interagiam com eles, quadros mal feitos em fundos brancos e com cores atiradas aleatoriamente, cortinas longas sem sentido em janelas não tão grandes ou largas. E tudo em tons berrantes, exagerados.

— Antes do jantar, você gostaria de um banho? — Lucy ofereceu, atravessando o batente da cozinha, secando um prato branco com um pano e vestindo um avental com manchas laranjas e amareladas. — Infelizmente as batatas recheadas vão demorar a ficarem prontas, então acho que dá tempo de você se lavar. — Eu sentia a pena e também a desconfiança em seu tom.

Não esperei menos da humanidade, mas aquela atitude me pegou desprevenida. Quem sabe esses humanos são mais gentis? E eu precisava mesmo me lavar, queria passar um tempo comigo mesma e esfregar bem a sujeira sobre a minha pele, que me aborrecia. Prensei os lábios num sorriso e me curvei em sua direção, levantando-me do sofá levemente desconfortável. Os olhos de todos os presentes pareciam me medir em absolutamente todos os meus detalhes. Eu compreendo isso da parte das crianças, mas o homem não precisava agir como se eu fosse... Bom, eu devo ser uma alienígena para eles. Não que eu não seja. Entretanto, os olhares fixos são rudes.

Junto minha bolsa novamente contra o corpo e caminho na direção da mulher, que arrumava a máscara sobre suas vias áreas. — Muito obrigada, sua gentileza me alegra. Poderia me guiar até o banheiro de sua casa? — A parte ruim é que eu não trouxe outras roupas. De que adiantaria o banho, se não posso trocar minhas vestes sujas, por limpas? — A propósito... Onde posso lavar as minhas roupas? — A frase "lavar as minhas roupas" quase me trouxe um engasgo. Nunca tive de lavar minhas próprias roupas, sempre possuí uma criadagem voltada para isso.

𝑊𝐻𝐼𝑇𝐸 𝐴𝑆 𝐻𝐸𝐿𝐿.Onde histórias criam vida. Descubra agora