Sou Louis William Tomlinson, tenho 21 anos, e estou morrendo.
Aos 19 anos, minha vida virou de cabeça para baixo. Eu era apenas um garoto cheio de sonhos e planos para o futuro, mas então a notícia chegou: leucemia em estágio avançado. De repente, tudo o que eu achava que sabia sobre o mundo desapareceu em um borrão de hospitalizações, quimioterapias, tratamentos dolorosos e uma constante sensação de estar sendo engolido pela própria vida.
Nos últimos dois anos, passei mais tempo no hospital do que fora dele. As faces dos médicos e enfermeiros já são quase familiares, e a hospitalidade do lugar, com suas paredes frias e o cheiro de remédios, tornou-se o cenário da minha existência. Fizendo um balanço, nem sei mais quantos remédios tomei, quantas cirurgias suportei ou quantos tratamentos me restaram. O câncer, implacável, se espalhou por todo o meu corpo — atingiu meus ossos, minha cabeça, até o meu coração, como se fosse uma presença invisível que me consumia aos poucos.
Mas a verdade que ninguém me preparou para encarar é que eu não queria viver assim. Não queria que os meus últimos dias, ou meses, ou sei lá quanto tempo me restasse, fosse uma sequência interminável de consultas e mais consultas, agulhas e mais agulhas, comprimidos e mais comprimidos. Não me restava mais tempo para as coisas que realmente importam — para o que é viver de verdade, e não simplesmente sobreviver.
Eu mereço mais do que isso. Eu mereço ter algo para lembrar, para sentir. Eu preciso descobrir o que é estar vivo fora das paredes de um hospital, longe das máquinas e das enfermeiras, longe dos exames e dos diagnósticos. Eu quero ver o mundo do jeito que ele é, sem filtros, sem medo, sem a constante sombra de uma doença que me persegue.
O que me resta agora não é mais tempo, é liberdade. E eu decidi que, se vou morrer, quero morrer vivendo.
...2015 - Atualmente
O interior de Londres parecia, à primeira vista, um refúgio perfeito. A casa onde nos mudamos era pequena, mas aconchegante. Estava longe da agitação da cidade grande, onde minha mãe poderia finalmente encontrar a paz que tanto procurava. Jay sempre foi uma mulher de espírito calmo, mas com a minha saúde deteriorando-se a cada dia, ela achava que mudar para um lugar tranquilo, mais distante da pressão da vida urbana, poderia ser a chave para melhorar a nossa situação.
Mas a paz não era algo que eu sentia por completo. O silêncio do campo contrastava com a tensão que pairava sobre nossa casa. Lottie tentava manter a fachada de normalidade, como se fôssemos uma família qualquer, sem problemas maiores do que os de qualquer outra. Mas eu sabia que ela estava apenas segurando o fardo para que minha mãe e eu pudéssemos respirar. Minha irmã era a âncora emocional da casa. Enquanto isso, minha mãe, Jay, passava seus dias em busca de tratamentos e remédios para que eu pudesse viver mais. Pesquisa por pesquisa, remédio por remédio, ela parecia estar em uma busca incessante por algo que fosse além do que a medicina tradicional poderia oferecer. A verdade, no entanto, era que minha saúde se deteriorava em um ritmo que ninguém queria admitir.
Eu via os olhos dela, cada vez mais cansados. E sabia que, no fundo, a luta não era só minha, mas de todos nós. Ela queria acreditar que podia me curar. Queria acreditar que sua força poderia mudar o curso da doença. Mas eu sabia que a leucemia era implacável e que, por mais que tentássemos, havia um limite para o que podíamos fazer.
Não que eu fosse incapaz de ver o esforço dela. Eu via. E, talvez, fosse esse o pior de tudo: ver alguém se esforçando tão fortemente para fazer algo que não podia ser feito.
2012 - Outubro
O cheiro de hospital era o primeiro sinal de que algo estava errado. Ele ficava grudado nas minhas roupas, em meus cabelos, como um fantasma que me seguia de sala em sala. E eu já o reconhecia. Eu não precisava mais ver os prédios frios, os corredores brilhantes ou o laboratório cheio de enfermeiros apressados para saber onde estava. Era um cheiro de desconforto, de medo. O cheiro de algo que não tinha volta.
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The Night We Met
FanfictionLouis Tomlinson um jovem de 21 anos diagnosticado com leucemia em estagio terminal, decide viver seus últimos meses de forma intensa e decide não se apaixonar, e poupar o numero de vitimas do seu sofrimento ...até um par de olhos verdes entrar em s...