CAPÍTULO I

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O dia havia começado cedo para a menina de vinte e quatro anos que empacotava seus livros com cuidado enrolando-os em um emaranhado de plástico bolha. A mesma estava sentada na cama concentrada em sua ação, sua respiração estava pesada e seus lábios secos; ela estava ficando nervosa.

Melinda estava prestes a mudar de cidade, da movimentada Los Angeles para a aparentemente pacata Four Worth no Texas. O motivo da mudança era simples: Família. Sua mãe estava apaixonada por um texano que vivia em Four Worth e na última semana os mesmos decidiram morar juntos em uma casa de campo - o quê se sabia era que o novo marido de sua mãe criava cavalos, bovinos, ovelhas, etc.

- Já é o suficiente! Vocês estarão protegidos durante a viagem, bebês. - disse Melinda enquanto agrupava os últimos cinco livros em um canto da pequena mala preta que estava em cima da cama.

A garota sempre fora muito próxima de sua mãe, porém, nos últimos dois anos estava morando sozinha em Los Angeles e trabalhando em uma biblioteca local como bibliotecária assistente. Ela amava livros desde que era uma criança, sempre se imaginou nas histórias que lia - ela era uma menina tímida e não havia tido muitas experiências empolgantes em sua vida, a leitura ajudava a mesma a mascarar este fato - e quando surgiu a oportunidade de trabalhar com o que mais amava, agarrou com unhas e dentes. Com o casório da mãe, Melinda havia sido convidada para morar com o casal e com isso, uma nova oportunidade de emprego também surgiu: A bibliotecária oficial da maior biblioteca de Four Worth.

Ela estava empolgada com o fato de estar perto da mãe novamente e ao mesmo tempo ansiosa com o novo trabalho, ela se perguntava se daria conta de tudo e se era capaz. Autoestima era algo que ela deveria trabalhar. Melinda se considerava uma garota aplicada, mas entediante, determinada, mas quieta, vaidosa, mas um girassol murcho que não chamava atenção de ninguém - apenas pelo fato de ser estrangeira. O fato dela se considerar ou ser considerada acima do peso também a impactava de uma maneira significativa. Ela sabia que era capaz de várias coisas, mas não até que ponto suas barreiras a impediam de ter sucesso.

A garota não era americana ou europeia, ela era latina. Com sua pele naturalmente bronzeada, seus cachos castanhos desenhados e selvagens, suas curvas acentuadas e seios grandes e sua altura considerável de um metro e setenta e cinco, não havia muito o quê argumentar. Ela era o próprio estereótipo de mulher latino-americana.

Melinda apressou-se em organizar as malas e apagar as luzes de sua antiga casa que já serviu como um aconchegante refúgio nas noites de finais de semana. A partir daquele momento ela estava indo para um novo lar. A garota chamou um táxi até o movimentado aeroporto e suspirou cansada ao adentrar no carro.

Adeus, Los Angeles. Pensou.

O trajeto não demorou muito até o local desejado e ao visualizar seu destino no quadro de horários do aeroporto, Melinda ligou para a mãe:

- Mamãe, estou prestes a embarcar! - avisou ela.

- Ótimo, filha! São...nove horas da manhã, você chegará somente pela tarde - disse a mãe de Melinda pensativa - Iremos lhe esperar no aeroporto. Mal posso esperar para apresentar a casa para você.

- Estou ansiosa também, mamãe! Irei desligar, até logo! Te amo - disse Melinda desligando o celular e dando passos largos até o corredor de embarque.

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Eram quase duas da tarde quando o avião pousou e Melinda aguardava ansiosamente a mãe no aeroporto, faziam alguns meses que as duas não se viam pessoalmente e apesar das ligações diárias, elas sentiam saudade do contato físico da cultura latina.

- Melinda! Minha filha, quantas saudades. - gritou a mãe da garota e correndo até onde ela estava, causando um susto na mesma.

- Mamãe!

THE BULL RIDER: A COUNTRY LOVE STORYOnde histórias criam vida. Descubra agora