Capitulo 29

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Subi até o andar do apartamento, e ao chegar diante da porta, hesitei por um breve instante. Uma lembrança inesperada me atravessou — algo que tinha ouvido antes de voltar, algo que preferi não revisitar naquele momento. Respirei fundo, engoli o incômodo e empurrei a porta.

Assim que entrei, fui recebida por um aroma delicioso vindo da cozinha. O cheiro acolhedor contrastava com o turbilhão de emoções que eu sentia... e com o bombardeio de perguntas que me atingiu segundos depois.

— Layla, onde você se meteu? Quer nos matar do coração? — exclamou Tomas, cruzando os braços com o rosto tenso.

— Pelo amor de Deus, nunca mais faça isso! Entendeu? — disse Lucca, com um tom de voz que misturava bronca e alívio.

Soltei uma risadinha involuntária, tentando aliviar o clima.

— Ai meu Deus... vocês tão mesmo assim por minha causa? — falei entre risos. — É sério que eu faço tanta falta?

— Não vejo graça nenhuma nisso — resmungou Camilo, o cenho franzido.

— Você tá bem, Layla? — perguntou Federick, sua voz baixa, mas visivelmente preocupada.

— Por que essa pergunta? Eu tô ótima! — respondi, ainda rindo. — Na verdade, tô rindo da reação de vocês. A preocupação coletiva foi tão intensa que ficou engraçada!

Camilo e Federick se entreolharam e disseram quase ao mesmo tempo:

— Bom, não parece que você está bem...

— Mesmo assim, eu estou. Juro. Só achei graça na forma como todo mundo entrou em modo pânico. Vocês são adoráveis! — disse, tentando amenizar.

— Ha-ha... muito engraçado mesmo — ironizou Tomas, revirando os olhos.

— Pois é... hilário — completou Lucca, seco.

— Ah, deixem de ser durões por um minuto, vai. Vamos comer, estou faminta! Esse cheiro maravilhoso está me matando — falei, sorrindo, tentando trazer de volta o clima leve.


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