Não me fala o que eu não quero ouvir
Não é negação, ou talvez seja sim
Eu só não me permito sentir
Nada faz parte de mim
Mas talvez eu não me conheça bemSempre disse "É que eu te conheço bem" no fundo o que eu falo dos outros diz muito mais sobre mim, e eu me achava tão cego. Eu até entendo, me vi com meus olhos de infância, foi com meus olhos de inexperiência e de irrelevância.
Só que logo agora tudo isso volta a acontecer, a coisa que eu mais tinha certeza me faz pensar nos 13 porquês, e todo mundo sabe que nada disso é algo poético, que nada disso é fácil de se perceber.
Eu percebi agora que tenho 16 anos e não mais os 7, onde as pessoas me faziam essa pergunta tão difícil nesse momento, mas que quando eu tinha 7 anos foi fácil responder. Eu tinha uns 7 anos quando dei o meu primeiro beijo e fiquei duas semanas não me permitindo viver.
Nessa sexta-feira, dia 20 de setembro de 2024, eu tive uma crise de ansiedade, e eu me senti o JOÃO PEDRO de 7 anos, entendi o quão agonizante foi pensar na pergunta de 9 anos atrás, o quão problemático é pensar em um contexto hipotético de andar de mãos dadas (poucas pessoas vão entender isso).
Nessa madrugada do dia 21, eu penso na hipótese das mãos dadas e não estou vendo uma problematização, estou vendo que não é tão ruim assim começar a entender o público-alvo de "Heather", que não é tão estranho o "Hi".
Nesse momento eu não tiro conclusões dos meus pensamentos, mas eu gosto do vento que bate em meu rosto na minha praia que há muito tempo se fez vazia, eu gosto de sentir a brisa e enxergar que não estou sozinho em meus pensamentos.
O João de nove anos atrás queria poder ao menos se permitir pensar assim como hoje, poder sonhar acordado, com o antes, o agora e o depois, poder ser quem ele é, para assim ele dizer que se conhece bem.
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Processo lento de um sinal
PoetryNa madrugada de 21 de setembro de 2024 eu finalizo mais um texto, dessa vez foi sobre o que eu estava sentindo comigo mesmo (raridades por aqui) . Espero que gostem!