" Eu te amo, mesmo que eu não saiba como amar" [01]

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Nota da autora: Antes de começarmos, gostaria de dizer que esse capítulo foi escrito ao som de "Die With A Smile" da Lady Gaga com o Bruno (Bruninho) Mars. Com isso, sugiro que se prepare. Nossa história se passa em Seoul no ano de 2024.
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Sarang. Uma palavra curta, simples, mas tão presente em nossas vidas. 'Sarang' significa 'amor'. Já 'Saranghae' significa 'eu te amo'. É curioso como uma única palavra pode carregar tantos sentimentos e histórias diferentes. Usamos 'sarang' para dizer que sentimos amor por nossas mães, tios, amigos, irmãos, avós... E para cada um, essa palavra ganha um novo peso: às vezes dor, às vezes alegria, mas sempre amor. Em alguns lugares, como na China, usam a palavra 'ài' (爱) para expressar o mesmo sentimento, e, no Japão, 'ai' (愛) tem um significado igualmente profundo. Mas em qualquer língua, o que permanece constante é a intensidade com que o amor se manifesta, conectando corações de formas que muitas vezes não conseguimos entender. Como na aquela antiga lenda que diz que as almas de duas pessoas destinadas a ficarem juntas estão entrelaçadas por um fio vermelho invisível. Não importa quanto tempo passe ou o quão distantes estejam, o fio não se partirá, e em algum momento o destino as trará de volta.

Eu nunca imaginei que o destino pudesse brincar assim comigo. Sempre pensei que sarang fosse algo distante, uma ilusão que só existia nas histórias que eu lia ou assistia em doramas. Nunca imaginei que poderia me apaixonar. Ainda mais por alguém como Jung Hyun-Soo. Ele era tudo o que eu não esperava: mais velho, sério, com aquele olhar misterioso que parecia enxergar através de mim. Mas, de alguma forma, nossas almas se conectaram. Talvez seja o tal fio vermelho, ou talvez seja apenas o destino, mas algo em Hyun-Soo me puxava para ele. Eu, que sempre fui tão cética, me vi envolvida nessa teia que chamam de sarang.

E aqui e agora, aqui estou eu, perguntando-me como algo tão inesperado pode ser, ao mesmo tempo, tão inevitável. A chuva caía em Seoul, formando poças que refletiam as luzes da cidade, meu coração parecia se despedaçar a cada passo que Hyun-Soo dava para longe de mim. Ele estava de costas, seu perfil forte e decidido se perdendo na distância, como se cada gota de água o afastasse mais de mim. O som da chuva misturava-se com o barulho do meu coração acelerado palpitando em meu ouvido, e uma dor crescente se instalou no meu peito.

- Hyun-Soo, não! Por favor!- eu gritei, mas a voz saiu fraca, quase apagada pela tempestade.

Ele não se virou, continuou a andar, e eu senti como se um peso imenso estivesse se formando sobre meus ombros. As lágrimas começaram a escorregar pelo meu rosto, misturando-se com a chuva que me encharcava. A mão esquerda foi involuntariamente até o meu peito, como se quisesse segurar o coração que se debatia dentro de mim.

Ele tinha me dito que me amava, que eu era a luz que iluminava seus dias sombrios, mas nossa discussão anterior ainda ecoava na minha mente. Ele acreditava que éramos de mundos diferentes, que nossa diferença de idade e as expectativas sociais nos separariam. Mas ali, no meio da chuva, a verdade estava se formando dentro de mim, tão clara quanto as gotas caindo ao nosso redor: eu o amava.

- Não, não, não...- sussurrei para mim mesma, colocando a mão no peito, como se pudesse segurar meu coração, que batia descontrolado.

As memórias da discussão que acabamos de ter ecoavam na minha mente: ele havia se aberto para mim, confessando seus sentimentos, e eu o havia empurrado para longe, dizendo que não era certo. Eu sabia que ele estava certo; era errado, um CEO de sucesso com seus 45 anos e eu, uma estudante universitária de 21 anos. Mas a verdade estava ali, gritando dentro de mim.

- Hyun-Soo!- minha voz saiu como um lamento, uma súplica desesperada - Eu te amo! Mesmo que eu não saiba como amar, mesmo que eu não ache que mereço... Eu te amo! Não vá... Por favor, não vá, porque sem você, eu sou só uma sombra do que eu queria ser. Você é o primeiro que me faz sentir viva, o primeiro que me vê de verdade...- minha voz estava embargada, me sentia como uma criança que havia acabado de perder sua pelúcia especial- Por favor... Não vá- minha voz saiu fraca, praticamente inaudível.

"SARANG": romance storiesOnde histórias criam vida. Descubra agora