𝐔𝐍𝐈𝐕𝐄𝐑𝐒𝐈𝐃𝐀𝐃𝐄.

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Um suspiro escapou dos lábios de Melinda quando ela colocou sua última caixa dentro de seu mais novo quarto universitário.

— Graças a Deus — Murmurou, desabando no chão e enxugando uma gota de suor que escorria por sua testa.

Melinda olhou para os lados e examinou lentamente o seu quarto. Aquela cama única foi tão difícil de conseguir. Pensou consigo mesma. Agora, ela não podia jogar fora sua sorte de ter conseguido um quarto individual no meio de tantas pessoas que queriam ter um quarto daqueles na tão famosa East Texas Tech University.

Talvez ela tenha conseguido aquele quarto por simplesmente ter passado para a universidade com dezesseis anos. É, isso é praticamente impossível. Porém, com o nível de intelecto que Melinda possuía, não tinha como ser diferente.

Por outro lado, Melinda reparou em um detalhe. O quarto não tinha banheiro, e ela teria que usar o banheiro compartilhado feminino. Aquele definitivamente seria seu pior pesadelo. Uma garota que prezava tanto pela higiene, tendo que compartilhar chuveiros e sabonetes com outras garotas que nunca havia visto na vida... Realmente, seria seu terror por completo.

Finalmente, se rendendo, Melinda levantou do chão, abrindo a porta de seu quarto e praticamente ignorando a existência das bilhões de caixas que ainda precisavam ser arrumadas no cômodo.

— Depois eu arrumo tudo isso — Fechou a porta, guardando a chave em seu bolso — Tenho que me localizar nesse lugar.



Por outro lado, um certo garoto já estava bastante acostumado com a tal universidade.

— Com licença! — Sheldon gritava para todas as pessoas que passavam em sua frente, segurando uma proveta contendo um líquido azul — Licença!

Sheldon esbarrava em praticamente todo mundo que estava no corredor. Ao resolver fazer um experimento escondido no laboratório da universidade, não pensou na possibilidade de uma quase-explosão enquanto misturava todos os componentes na proveta.

Agora, ele tentava levar a sua mais nova descoberta para seu dormitório o mais rápido possível, a fim de não ser descoberto o responsável pela quase explosão no laboratório.

Enquanto tentava se enfurnar em meio a tantas pessoas, Sheldon pôde captar de longe a diretora da universidade caminhando por entre a multidão. Uma careta logo se formou em seu rosto e Sheldon entrou no primeiro quarto que viu pela frente.

É, talvez aquela tenha sido uma ideia bem idiota, mas era a única que tinha no momento para não ser pego com a prova do crime nas mãos.

Sheldon soltou um suspiro de alívio quando a porta atrás de si se fechou, dessa vez, tendo uma visão completa do quarto em que havia entrado. Seu cenho se franziu quando ele notou muitas caixas de papelão dentro do cômodo.

— Vai chegar alguém novo aqui? — Se perguntou, olhando ao redor do local.

Subitamente, seus olhos pararam em cima da cama do mais novo estudante universitário que estava de mudança e Sheldon notou algo que cativou a sua atenção.

Lentamente, ele se aproximou da cama do sujeito e tomou em suas mãos um livro de física quântica.

Sheldon examinou a capa do livro.

— Pelo visto ele também gosta de física.


Melinda já havia cansado de procurar mais algo para ver naquela universidade, então, apenas se sentou em um dos bancos na área externa e olhou para frente. Ficou absorta em seus pensamentos por alguns segundos, até que enfiou sua mão no bolso de sua calça e de lá, tirou uma foto.

Melinda ficou parada olhando para a foto. Era uma fotografia dela com sua amiga que havia feito em Los Angeles. Quando teve de se mudar para Los Angeles com seus dez anos, Melinda demorou para fazer amizades. A única que se importou de verdade com ela e que ela conseguiu construir um relacionamento verdadeiro e saudável havia sido Audrey, a garota loira que se tornou sua melhor amiga.

Porém, agora que Melinda teve de voltar para o Texas, havia perdido o contato com Audrey. A garota se perguntava porque sempre havia de ser assim. Sempre que ela conseguia fazer amigos novos, sua família dava um jeito de tirá-la do conforto e fazê-la passar por mais uma daquelas mudanças trabalhosas.

Examinando a foto onde ela e Audrey estavam abraçadas perto de um carrossel em uma praça, Melinda sentiu um grande aperto em seu coração. O que ela sequer estava fazendo naquela universidade? E daí se ela tinha terminado a escola mais cedo?  Ela sempre fora contra essa ideia absurda de entrar para a universidade tão cedo.

É claro que ela gostaria de ter um futuro promissor, e mais do que tudo gostaria de seguir a sua carreira dos sonhos, que era obviamente ser uma cientista, porém... Não daquele jeito. Por que ela não podia simplesmente continuar em Los Angeles ao lado de sua melhor amiga e de todas as outras pessoas que havia criado laços?

— Já chega — Levantou do banco, guardando a fotografia em seu bolso novamente — Eu vou para o meu quarto. Ainda tenho muitas coisas para arrumar. 

E então, sem relutar, foi caminhando depressa até o seu mais novo quarto. Enquanto andava pelos corredores da universidade, Melinda pensava que pelo menos seus pais haviam garantido seu direito de passar os finais de semana em casa. Ao passar por uma multidão de garotos que usavam bonés e seguravam salgadinhos nas mãos, Melinda fez uma careta, finalmente chegando até a porta de seu quarto. 

Ela tirou sua chave do bolso, enfiando-a na maçaneta e destrancando a porta. Colocou sua mão sob a maçaneta e percebeu que havia acabado de trancar a sua porta. Franziu o cenho.

— Hm? — Arqueou uma sobrancelha — Eu não tinha trancado essa porta?

Deu de ombros, tirando novamente a chave do bolso, dessa vez, finalmente abrindo a porta. Mas é claro que quando a porta se abriu, Melinda não teve uma surpresa tão agradável assim. Um garoto estava parado no meio do seu quarto, segurando seu livro de física quântica e uma proveta contendo um líquido azul esquisito. Seus olhos se arregalaram em um instante.

— Quem é você e o que está fazendo no meu quarto?! — Gritou, fazendo o garoto que estava em sua frente se virar rapidamente.

Porém, quando os olhos de Melinda encontraram os olhos do garoto que segurava seu livro de física quântica favorito, as palavras escorregaram de volta por sua garganta. A mesma coisa aconteceu com o garoto. Quando Sheldon percebeu quem estava diante de si, ali, em carne e osso, naquele exato momento, ele sentiu que suas palavras haviam desaparecido.

Depois de longos segundos de silêncio, eles finalmente tiveram coragem de falar:

— Sheldon? 

Outro minuto de silêncio.

— Melinda?



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⏰ Última atualização: Sep 23 ⏰

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𝐒𝐌𝐀𝐑𝐓 𝐆𝐈𝐑𝐋 𝟐, sheldon cooper.Onde histórias criam vida. Descubra agora