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O pub típico do sul inglês recebe todos os homens das fazenda dos arredores da pequena cidade de interior, em sua maioria trabalhadores braçais, suados e emaranhados após um longo dia de trabalho

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O pub típico do sul inglês recebe todos os homens das fazenda dos arredores da pequena cidade de interior, em sua maioria trabalhadores braçais, suados e emaranhados após um longo dia de trabalho. A mobília de madeira, desde o longo balcão com uma estante imponente cheia de bebidas atrás, exala o cheiro típico do material, que se mistura à whisky e fumaça da constante prática de fumo no local. Entre duas mesas de pernas finas e instáveis, um cantor ressoa uma melodia triste, que ecoa lamentos que se alinham a aqueles expressados pelos homens embriagados, que choram com suas cabeças apoiadas sobre a mesa a perda de sua amada embalados pela música exportada das antigas trezes colônias.

Como tudo nos últimos tempos, a música dos pubs ingleses se torna cada dia mais americanizada. Se antes nós importávamos nossa cultura e hábitos a eles, após a independência cada dia mais a Inglaterra e seus costumes parecem ser usurpados e contaminados pelos ex colonizados.

O desdém e comentário insatisfeito sobre a escolha musical serpenteiam em minha língua, eu penso em compartilhar com os outros homens ao meu lado no balcão do pub sobre minha insatisfação com coisas americanas sendo cada dia mais enfiadas goela a baixo dos ingleses, mas me interrompo ao notar que eles parecem entretidos com outro assunto.

—...uma barba grossa sempre faz um homem mais homem — o que se apresentou como Greg diz, coçando sua barba loira e cheia, repleta de farelos de várias refeições diferentes. — Maricas nunca têm barbas grossas, a genética deles não permite.

— Ou vozes grossas — seu companheiro, Luther, completa. Os dois vagueiam seus olhares pelo salão, parecendo avaliar os homens que por ali se espalham. — Aquele é o menos másculo. — O homem discretamente aponta, se referindo a um cara franzino, que sequer parece ter idade suficiente para ter superado a puberdade, sentado ao lado de um homem mais velho.

— Aposto que ele está dando para aquele velho…

— São pai e filho — eu interrompo, horrorizado com os rumos do assunto. Se homossexualismo é um pecado imperdoável, incesto é ainda pior. — Trabalham na fazenda dos Williams, na colheita de chá, os vi enquanto estava no chá das cinco que dividi com madame William.

Eles erguem a sobrancelha em reconhecimento, mudando seus alvos em busca do homem menos másculo do bar, ou o que parece mais como uma marica. É uma busca quase infrutífera, levando em conta que todos ali estão dentro de absolutamente todos padrões: corpos fortes, vozes altas e grossas, pelos por todo corpo e álcool exalando dos poros.

Inevitavelmente eu olho para baixo, analisando meu tronco, contornando com meus dedos minha barba, para ter certeza que ela não desapareceu misteriosamente, temendo ser confundido com uma bicha. Mas os olhares dos camponeses sequer demoram pouco mais que segundos em mim, aparentemente não me tornando um dos candidatos a ser uma marica disfarçada.

— O menos másculo não sei — Luther concluí, maneando sua cabeça em uma direção específica. — Mas o mais, com certeza acabou de passar pela porta.

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⏰ Última atualização: Sep 24 ⏰

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