(História 4) Penelope Crane, a filha legítima mais velha de Phillip e Eloise Crane, é uma jovem de 23 anos que acaba de se envolver com dois homens influentes da alta sociedade, ambos excelentes candidatos para o casamento. O que torna a situação ai...
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Penelope
Por um momento esqueci de respirar, talvez o faça como um mecanismo de defesa contra seu perfume inebriante que me deixa zonza toda vez que ele chega perto.
— Ah! Oi Dante, me- me desculpe.
— Por um acaso está me seguindo miúda?
— Te... Te seguindo? Não, claro que não! E sabe que não gosto que me chame de miúda, sou mais alta que Georgie e não a apelida assim...
— Vocês são duas tampinhas, mas já tenho a minha tampinha favorita. — Ele apoia o cotovelo na parede e inclina a cabeça ao me encarar. — E com você tem mais graça.
— Enfim, se puder me dar licença, preciso lavar minhas mãos.
— Claro. Eu já terminei tudo o que tinha de fazer, vou estar no meu quarto caso precise... Caso precisem de alguma coisa. — Se corrigiu.
Pigarreei. — Certo.
— E Pen, — Dante me segurou pela mão. — Me faça um favor...
— Sim?
— Use algo que facilite as coisas para mim mais tarde.
— O- o quê? — Cheguei a gaguejar com o seu pedido.
Ele se aproximou, segurou meu queixo e se inclinou para me dar um beijo na bochecha mas acertou o canto da minha boca. Seus lábios são macios e quentes e senti um arrepio viajar por todo o meu corpo, levando estímulos diretamente para o meio das minhas pernas.
Dante se afastou com um sorriso delinquente e passou por mim descendo as escadas. Bati minha cabeça contra a parede e mordi meus lábios ao fechar os meus olhos.
— Céus! Por quê tão bom?
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Mais tarde, estava me preparando para o casamento de Georgie e escolhia as minhas roupas. Decidi usar um vestido em tom nude que tinha um decote generoso, cheio de cristais por toda a peça e uma linda gargantilha para combinar.
Olhei para as anáguas que estavam dispostas ali na cama e para as meias que envolviam até a cintura. Decidi não usar nada daquilo, apenas uma meia que vinha até os joelhos e uma chemise fina por baixo da roupa. Definitivamente mais confortável.
Espera! Se Dante vir isso, ele vai achar que é por quê eu realmente quis facilitar as coisas para ele... Mas como ele saberia? Calma Pen, não chegará à tanto. Não é? Ele não vai subir minhas saias ou algo do tipo, vai? Não. Claro que não!
Terminei de me arrumar e prendi os meus cabelos em um coque alto para que a minha nuca ficasse exposta. Valorizando o corte do vestido.
Apliquei um pouco de rouge nas bochechas e apenas um pouco nos lábios, por quê não queria usar algo muito forte no casamento de minha irmã.
Quando já estava pronta, desci as escadas e contemplei o salão repleto de flores da estação, lustres caríssimos e vários enfeites de cristal.
A cerimônia em breve começaria e logo avistei Dante aos pés da escada, vestido com um fraque elegante preto de calda longa, junto à um colete e calça brancos e com um cravat de seda envolto no pescoço.
Seus olhos passearam pelo meu vestido e ele inspirou fundo quando parou seu olhar sobre o meu decote quadrado.
— Dante...
Ele estendeu a mão à fim de me ajudar à descer da escada e logo em seguida saímos de braços dados na frente de todos.
Ele se abaixou um pouco para que o ouvisse. — Está de tirar o fôlego Pen. Espero que tenha atendido o meu pedido. — Sussurrou —Tenho muitos planos para essa noite.
Corei no mesmo instante e antes que pudesse responder, se é que eu tivesse qualquer resposta para a insinuação de Dante, fomos abordados por papai e mamãe.
— Ah! Veja só como estão lindos meu nardo!
— De fato minha prenda. Estão muito bonitos, estou certo de que Georgie e Peter ficarão orgulhosos ao vê-los no altar...
— Obrigado Phillip. Vocês também estão impecáveis.
— Obrigado. Agora vão até a cerimonialista, o casamento em breve vai começar!
Assim foi. Logo era a nossa vez de entrar e estava ao lado esquerdo de Dante. O mesmo de forma atrevida colocou as suas mãos em meus quadris e me reposicionou ao seu lado direito.
Olhei para ele, confusa com tal gesto.
— É desse lado que as damas ficam, miúda.
— Ah... Não sabia.
— Vai aprender muitas coisas comigo ainda... Coisas que vou gostar muito de lhe ensinar.
Engoli em seco. E senti todo o meu sangue ir para as bochechas. Céus, logo agora?
— Não se esqueça de sorrir.
— Por quê? Faz parte da convenção social?
— Não. Essa é uma preferência minha. Se quiser me agradar, é claro...
Pigarreei. Não consigo sequer lhe dar uma resposta? Como um vá te catar por exemplo? O que há de errado comigo?
— Está bem. — O quê? Isso simplesmente pulou da minha língua?
— Boa menina.
Dante mordeu os lábios e mirou o meu decote mais uma vez. Nos dirigimos até a porta da cerimônia e adentramos ao ritmo da música lenta, tocada por um violino até chegarmos ao altar.
Nos posicionamos um ao lado do outro e aguardamos ansiosamente a entrada de Georgie. Minha irmã estava belíssima, Não tenho palavras para descrevê-la. Parecia um anjo vestido de lilás, e o brilho de seus olhos denunciava o quanto aquela garota estava feliz.
Meus olhos encheram-se d'água e comecei à me abanar a fim de não estragar a minha maquiagem. Dante prontamente tocou-me o cotovelo, provocando um arrepio na minha pele e então percebi que ele havia tomado um lenço de seu bolso e o pressionou de leve em minhas bochechas.
Graças aos céus todos pareciam distraídos com aquela cerimônia linda e não repararam na nossa troca de olhares.
— O sorriso, não se esqueça. — Dante disse inclinando-se levemente aos meus ouvidos, e como se eu fosse a droga de uma cachorrinha que obedece o seu dono, sorri, quase instantaneamente.
— Você é tão boa Pen... O que vou fazer com você se continuar se comportando tão bem assim?
O encarei mais uma vez, mas agora com uma expressão séria. Dei uma leve cotovelada em seu braço o repreendendo para que prestasse atenção na cerimônia.
Ele segurou meu antebraço com firmeza. Eu engoli em seco e olhei para todas as direções para ver se alguém olhava para nós. Não. Parecemos invisíveis em meio à atmosfera dos votos do casal apaixonado.