graffitis

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28 de março de 2024. 09:24AM.

Os passarinhos começaram a cantar, enquanto a luz do sol beijava meu rosto contra meu consentimento. Resultado da minha preguiça de colocar as cortinas na janela. Eu observei o ambiente ao meu redor com certa dificuldade, aos poucos me recordando de onde eu estava. Meu quarto.

A coberta fina que me protegia do vento noturno, estava de alguma forma enrolada em minha perna, as caixas estavam espalhadas pelo quarto e o lençol estava totalmente para fora da cama. Mais uma vez, resultado da minha preguiça de arrumar a cama decentemente.

Sentei na cama coçando meus olhos, esse tempo servia para meu cérebro processar toda a informação de que eu teria um longo dia pela frente. Após alguns meros segundos olhando para o nada, criei a vergonha na cara de levantar e desci até a cozinha. Minha mãe e meu padrasto já estavam acordados, e agora a estante da sala não estava tão vazia, grande parte dos objetos já haviam sido desencaixotados e algumas caixas vazias estavam empilhadas.

- Bom dia. - falei com a voz arrastada de sono.

- Bom dia, dorminhoco. Quer café? - minha mãe sorriu. Meus olhos brilharam com sua pergunta.

- Com certeza. - fui até o balcão da cozinha, me sentando sobre ele.

- Desce daí, Satoru. - minha mãe disse, sem ao menos virar para mim. Como ela sabe?

- Mas você nem...

- Eu já sabia que você faria isso no momento em que eu pisei nessa casa e vi o balcão.

Grunhi tristonho, enquanto me sentei no banquinho como uma pessoa normal.

- Querida, temos que sair daqui a pouco, você já está pronta? - O homem moreno disse enquanto mudava os canais da TV.

- Só vou comer. Amor, você consegue mesmo dar conta de levar Satsuki na escola, né? É só deixar ela lá, você pode ir conhecer a universidade enquanto ela conhece a escola. Só fique atento ao celular, pois vão te ligar depois.

- Relaxa, mamãe. Eu dou conta de tudo. - sorri convencido.

- Dá conta de esvaziar todas essas caixas hoje? - meu padrasto me observou com uma expressão sugestiva. O encarei sério em resposta, que o arrancou uma risada.

Minha atenção foi voltada para minha irmã, que descia as escadas. Ela estava vestindo uma saia jeans escura, meias calças rosas nada discretas, polaina preta em uma perna e branca no outro e sua bota preta desgastada, que usava cadarços coloridos. Em cima, uma regata listrada em cores pastéis, estava sobreposta com uma blusa de manga comprida fina embaixo, que era amarela em um tom pastel também. Seus dois braços estavam envolvidos com pulseiras de Kandi e miçangas, e usava um colar prata de estrela do mar. Seus cabelos brancos estavam soltos com mini trancinhas, enquanto uma faixa branca na cabeça o segurava para trás.

- Que isso? - eu bebericava meu café.

- Ué, a gente não vai conhecer a escola depois?

- Claro, a escola. O circo é outro dia.

- Como é?-- - Ignorei qualquer comentário ofensivo ou de morte que ela estava fazendo contra mim, concentrando apenas no gosto doce e amargo do café, enquanto o vapor queimava meu rosto.

- Eita, mas nem acordaram direito, acalmem o coração. - Takumi se apoiou no balcão.

- O Satoru que fica me humilhando sem motivo nenhum!

- Você 'tá se humilhando sozinha com essa roupa bombástica. Ainda me humilha junto, já que você vai estar andando do meu lado.

- Satoru Gojo, para com isso. Sua irmã está linda. - minha mãe disse enquanto colocava o resto do café na mesa.

Borboleta Negra - SatoSuguOnde histórias criam vida. Descubra agora