QUASE PEGOS

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  DANNA PAOLA MADERO

  — Esperta você.

  Tive que aprender. Sabia bem que ele só estava sendo legal comigo para tranzar.

  Dei de ombros e não disse nada.

  Sentia seus olhos queimando meu corpo inteiro sob a intensidade de seu olhar penetrante.

  — Meu nome é John.

  John... Nome diferente dos garotos da minha escola mexicana. Parecia um nome de pessoas comuns do Estados Unidos ou Canadá.

  — Você é um milionário idiota que o Paul trouxe?

  Ele ficou em silêncio por alguns segundos.

  — Bilionário. — Corrigiu.

  Será um teste do Paul? Será que ele sabe desse cara aqui?

  — Eu tenho muito dinheiro...

  — Eu não ligo para dinheiro senhor. — Interrompi séria.

  Me virei para sair, mas ele segurou meu braço sem aplicar força dessa vez. Olhei a mão dele com uma tatuagem de algo que se parecia com um pássaro.

  — Eu também não ligo. Por isso não tenho onde cair morto.

  O olhei confusa e com uma imensa vontade de perguntar onde estávamos. Mas pareceria suspeito. Que tipo de pessoa mora em um lugar há meses e não sabe o nome da rua? Eu.

  Os olhos dele me encaravam com intensidade. O que me fez corar, surpreendida comigo mesma e essa sensação que eu não experimentava há tempos.

  — Agora estou confusa. És ou não um homem rico?

  Ele sorriu de lado. Que sorriso lindo...

  Aposto que estava olhando para a boca dele igual uma boba.

  — Sou apenas um segurança aqui da Hell.

  Como seria beijar alguém que realmente quero?

  — Danna!

  Era Paul.

  Me afastei assustada. Os olhos devem ter dobrado de tamanho.

  — Vai embora. Vai embora. — Sussurrei desesperada.

  John entendeu por sorte e se escondeu rapidamente atrás de umas caixas.

  — Danna! — Paul berrava vindo cambaleante pelo corredor.

  Meu coração estava aos pulos no peito.

  — O que está fazendo aqui? — Perguntou com uma mão no meu pescoço e outra na minha cintura.

  Respirei fundo.

  — Bebendo. — Mostrei o copo vazio.

  Ele me olhou sério.

  Estava bêbado, era horrível ter que lidar com ele assim. Uma vez tentei engana-lo, mas não deu certo, o filho da puta não é burro nem bêbado.

  A mão dele no meu pescoço apertou.

  — Falou com o barman?

  Sério?

  —Tinha que falar para pedir a bebida e...

  Ele me interrompeu com um empurrão que fez minha cabeça e costas baterem na grade. Fechei os olhos com a dor.

  Com a cabeça virada para o lado, meu capo de visão dava diretamente para John, eu o vi se levantar de detrás das caixas. Balancei a cabeça negativamente, implorando com os olhos para que ele não fizesse nenhuma loucura.

  John me olhou sério dando um passo silencioso em nossa direção.

  O que ele estava fazendo? Paul o mataria na hora.

  — Não devia ter falado com ele! Sabe que eu não gosto que fale com outros homens. Eu te amo Danna! Te amo. Sou louco por você. Se for embora vou até o inferno te buscar. — Paul berrava no meu ouvido beijando o pescoço freneticamente e eu, estranhamente me preocupava com o moço que assistia a cena de perto.

  Fitei John, suplicando em silêncio para que ficasse onde estava.

  — Eu nunca tive coragem de falar isso para você. Mas eu te amo e quero me casar. — Paul continuava falando besteiras, beijando meu pescoço e agora o colo.

  John parado ali olhando tudo com uma expressão estranha. Eu sentia vergonha por ele ver isso.

  — Vamos sair daqui Paul. — Murmurei virando a cabeça para olha-lo.

  Ele me encarou surpreso.

  — Sério amor?

  Quase vomitei na cara dele ao ouvir a palavra “amor” sair da boca do mesmo.

  Concordei com a cabeça e ele sem demora me puxou pelo braço. Ainda pude dar uma última olhada no John, só que ele não estava mais lá.

  Paul me arrastou até o quarto e me usou por algumas horas antes de sair cambaleante. Minha sorte é que ele não me obrigada a "participar". Eu apenas fechava os olhos e me imaginava em qualquer lugar que não seja ali.

  Acordei das minhas lembranças quando senti o peso masculino sair de cima de mim e a porta bater.

  Agora sozinha, corri para o banho tirar o odor dele que ficava. Esfreguei a pele com força até ficar vermelha e eu sentir que estava limpa por fora.

Até A Última Batida Do Seu Coração Onde histórias criam vida. Descubra agora