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O FRIO DA NOITE DE FORKS jamais havia sido um incômodo para Levon, entretanto, naquele momento o vento parecia tão cortante como nunca antes. Sentado na beira do penhasco rochoso, lugar do qual sempre visitava quando precisava pensar ou simplesmente fugir da realidade por algumas horas, já havia se tornado um de seus lugares favoritos, assim como a comunidade da tribo dos Quileute. Enquanto encarava as ondas romperem contra as pedras bem abaixo de onde estava, tinha total consciência de que já havia adquirido muita carga emocional e afeição por tudo e todos ali, talvez esse fosse o seu erro. O apego é a raiz do sofrimento. Sabia também que era um grande erro até mesmo o simples fato de pensar em ir embora dali, nunca um “adeus” pareceu ser tão doloroso como naquele instante.
Mas por que iria fugir? Para onde queria ir? Para onde iria voltar? Ali era seu lar, ali havia encontrado pessoas boas, feito amigos e encontrado a sua alma destinada que nem mesmo sabia que existia.
Fechando os olhos, inclinou sua cabeça para trás e respirou fundo sentindo o cheiro puro e salgado da brisa vinda do mar fazendo com que se sentisse ainda mais acolhido e tranquilo tendo a certeza de que estava no lugar certo.
Uma sensação de conforto o atingiu de repente e Levon logo sentiu um peso em seus ombros o fazendo abrir os olhos no mesmo instante para encontrar o seu companheiro olhando com um misto de preocupação e alívio em seu olhar.
─── Eu acho que nunca percorri uma distância dessa tão rápido quanto agora. ─── Paul disse baixo apertando levemente os ombros de seu amado ─── Nunca mais faça isso, por favor. Eu fiquei preocupado.
Levon permaneceu em silêncio, apenas olhando o rosto de Paul com uma expressão que o metamorfo não soube identificar.
─── Você quer conversar? ─── Paul indagou carinhosamente recebendo apenas o silêncio como resposta. Entendeu ali que Levon não queria falar sobre o que estava acontecendo no momento e não iria forçá-lo a fazer isso, então apenas se sentou do lado dele colocando seu braço ao redor do corpo de seu companheiro e o puxou para perto ─── A noite está linda hoje.
Aconchegando melhor contra o corpo quente do seu companheiro, Levon sorriu se sentindo acolhido e completo. Paul parecia entender Levon e isso fazia com que ele se apaixonasse cada vez mais pelo metamorfo esquentadinho.
─── Sabe, me pergunto como seria nosso convívio se eu não fosse o seu imprinting. ─── Levon sussurrou com um leve sorriso nos lábios.
─── Bom, se eu já fiz a proeza de te dar um soco na cara mesmo sabendo que você era meu companheiro, imagina como seria se você não fosse. . . ─── Paul respondeu brincalhão fazendo Levon rir e se lembrar do fatídico dia do qual havia caído no chão depois de ter provocado Paul e receber um belo soco.
