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Harry sentiu o peso das palavras de Draco pairando no ar entre eles. Havia algo não dito, uma tensão que parecia prestes a se romper, mas nenhum dos dois parecia pronto para lidar com o que aquilo significava. O brilho nos olhos de Draco não era só de vulnerabilidade, era algo mais, algo que Harry estava começando a entender.

"Não sei o que vem a seguir", Draco disse, quebrando o silêncio, sua voz um pouco mais firme. "Mas… você me confunde, Potter."

Harry riu baixinho, um som leve que ecoou pelo salão vazio. "Você acha que eu entendo alguma coisa sobre o que está acontecendo aqui?"

Draco esboçou um sorriso — pequeno, quase imperceptível, mas era real. "Sempre tão heróico. Mas… isso não é fácil para mim."

"Eu sei", Harry respondeu, sem hesitar. E ele realmente sabia. Havia muita história entre eles, muitas feridas abertas, mas, ao mesmo tempo, havia uma conexão inexplicável que ia além do óbvio. O silêncio voltou, mas desta vez era como se eles estivessem esperando algo.

Draco se inclinou um pouco mais sobre a mesa, observando Harry com mais atenção, seus olhos sombrios e cheios de uma intensidade que fez o coração de Harry acelerar. "E se eu dissesse que... não quero que isso acabe aqui?"

Harry piscou, surpreso pela franqueza de Draco. Ele não era alguém que costumava abrir seu coração, muito menos para Harry. Mas algo na batalha, no pós-guerra, parecia ter mudado ambos. O medo, a perda, a luta por sobrevivência... tudo isso os moldara de maneiras que eles ainda estavam tentando entender.

"Eu não quero que acabe também", Harry finalmente disse, sentindo um calor estranho percorrer seu corpo ao admitir aquilo.

Draco respirou fundo, os olhos nunca deixando os de Harry. "Então… o que fazemos agora?"

Harry não tinha uma resposta pronta, como era típico. Ele sempre foi impulsivo, guiado por emoções e instintos, mas, com Draco, parecia que tudo precisava ser mais pensado. Mais cuidadoso. Havia muito em jogo. Mas, ao mesmo tempo, a ideia de continuar com essa dança incerta parecia insuportável.

"Talvez", Harry começou, hesitando por um segundo, "a gente comece de novo. Esqueça o que fomos. E… veja onde isso nos leva."

Draco inclinou a cabeça, como se estivesse ponderando a ideia. Ele sabia que nada seria tão simples assim, mas também não queria voltar ao que eram antes — a animosidade, as trocas de insultos e a constante sensação de que estavam sempre à beira de um confronto.

"Eu não sei como esquecer tudo", Draco admitiu, sua voz baixa. "Mas talvez... eu esteja disposto a tentar."

O coração de Harry deu um salto. Aquela pequena abertura era tudo o que ele precisava. Talvez houvesse uma chance de que, apesar de tudo, eles pudessem encontrar um caminho em que ambos não precisassem mais lutar um contra o outro — ou contra o que estavam começando a sentir.

Harry estendeu a mão sobre a mesa, sem pensar muito no gesto, esperando que Draco fizesse o mesmo. Houve um momento de hesitação antes de Draco olhar para a mão estendida de Harry, seus olhos cheios de indecisão. Mas então, lentamente, ele levantou a própria mão e a colocou sobre a de Harry. O toque era leve, mas carregado de significado.

Nenhum deles sabia o que aquilo significava ou o que viria a seguir, mas, pela primeira vez, não estavam dispostos a desistir de descobrir.

Os fantasmas do passado ainda os assombravam, e o caminho à frente parecia incerto e cheio de obstáculos. Mas, por enquanto, a tempestade lá fora era apenas um eco distante. Aqui dentro, entre eles, havia uma promessa silenciosa, uma oportunidade de recomeço.

Tempestade no salão principal Onde histórias criam vida. Descubra agora