Conectados - Hwang Hyunjin

Prólogo - Um desejo inconsciente e incontrolável.

Hwang Hyunjin

Um sorriso alargou meu rosto assim que ambas as taças fizeram um som agradável. Estava celebrando meu noivado com a mulher mais bela que eu já vi na vida. Minha vida desejada, estava a menos de quatro meses dos meus olhos. Juhye, com seu sorriso encantador, agradecia as pessoas que nos parabenizavam pelo noivado. Meus pais, ao longe, observavam de forma orgulhosa o que eu estava me tornando. Meus amigos comemoravam que o último solteiro finalmente estava prestes a se casar. Meu chefe, ao qual possuo uma relação agradável, também havia sido convidado. Este contava histórias impressionantes de como eu era insubstituível em meu cargo de alto nível.

A vida perfeita. Eu não trocaria isso por nada.

Tudo em seu devido lugar, tudo meticulosamente planejado por mim desde a infância. Minha vida que todos invejavam só era tão perfeita devido ao meu esforço e autocontrole para atingir meus objetivos, claro, havia um pingo de sorte, mas nada significante que me fizesse um trapaceiro. Me afastei razoavelmente da multidão ao sair do salão de festas para ir ao encontro de Minho que com um gesto discreto, me convidou para uma conversa individual.

— Grande dia, parabéns. — Com uma tragada de experiente, Minho contaminou seu interior com a nicotina do cigarro que fumava. — Quer?

— Não, obrigada.

Minha resposta por algum motivo desconhecido por mim, arrancou uma risada sua. Também tenho o prazer de dizer que em meu corpo nunca entrou qualquer substância prejudicial a minha saúde. Como álcool ou drogas. Algo em mim que é muito diferente dos meus amigos.

— Sempre certinho, não é, Hyunjin?

— Apenas prezo pelo meu bem estar na velhice, Minho. Tudo isso te fará muito mal quando estiver se aposentando.

Meu amigo apenas riu soprado. Minho era um amigo do trabalho de longa data. Nossa relação começou de maneira esquisita, pois, no início, ele sempre me direcionava olhares estranhos que me deixavam incomodado, mas, após algumas semanas de conversas, vi que talvez seu jeito fosse somente um pouco peculiar. Me acostumei com suas excentricidades.

— Parabéns pelo noivado. É quase inacreditável vê-lo feliz por sua união com Juhye.

— Por que inacreditável? Sempre nos demos bem.

— Não de onde eu venho. — Ele murmurou de maneira risonha, me deixando mais confuso.

— De Daegot-myeon? — Respondi me lembrando daquela parte da Coreia ao qual eu nunca havia visitado.

Minho apagou o cigarro, o jogando no chão e pisoteando o que havia sobrado. Em seguida, suspirou enquanto colocava as mãos nos bolsos do paletó. Ao invés de responder minha pergunta, ele iniciou outro assunto:

— Tenho um presente para você. Embora eu esteja te dando uma oportunidade de ouro, não sei se irá te agradar.

Me sentia cada vez mais confuso, entretanto, havia aprendido há pouco tempo que questionar Minho era uma tremenda perda de tempo. Tudo que saia dele era sem sentido, não valia a pena tentar entender. Como eu ainda desejava aproveitar o resto da minha noite, não queria perder meu precioso tempo com ele, tempo este ao qual eu podia desperdiçá-lo ao lado de minha noiva.

— Sabe que não precisava, não é?

— Eu faço questão.

— Neste caso, tenho certeza de que irei gostar.

— Bom, então, espere e verá. — Minho piscou para mim, com um sorriso indescritível, em seguida, apontou para o salão. — Vamos voltar? Tem que aproveitar sua festa, grande noivo.