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Se você a ama

Rio de Janeiro, Brasil, 26 de março de 2024, 12h30.

~Gianlucca's Pov:

Estou acompanhando a bela dama até em casa novamente. Hoje nós iremos sair, o que é ótimo. Meus amigos a acolheram calorosamente, e as meninas já estão puxando a pobre coitada para uma saída ao shopping. Dizem elas que querem renovar o estilo da Victória, então vamos ver o que elas arrumam. Ela sempre teve um estilo mais recatado e discreto, usando calça pantalona preta e alguma outra camisa mais escura por cima. Na nossa escola dão a liberdade de usar qualquer roupa que não fira a decência e as normas, então é comum ver as pessoas com roupas mais casuais.

Fico me perguntando como seria se ela mudasse o estilo. Com certeza ficaria mais bonita do que já é, mas nunca se sabe se ela gostaria de verdade.

Quando chegamos no prédio, cada um foi pra sua casa. Lembrei do "terceiro passo" da lista maluca dos meus amigos, então tomo um bom banho e passo perfume. Peguei uma regata branca e uma camisa azul clara. Deixei os botões abertos, dei uma ajeitadinha no cabelo, me olhei bem no espelho e estava tudo dentro do normal. Coloquei o pingente do meu colar para fora da camisa e peguei o celular, a carteira e a chave de casa.

- Mãe, pai, tô saindo!

- Pra onde? – meu pai me pergunta, curioso.

- Vou levar uma amiga pra sair.

- Amiga? – mas era óbvio que o senhor Leonardo Mauad ia fazer graça com a minha cara – Certeza que é só amiga ou é mais uma das namoradas que você vai visitar e volta só no dia seguinte?

- PAI!

- Não constrange o menino, Leo – minha mãe diz, sentando no sofá para assistir um filme – Só não volte tarde, está bem?

- Tá bom. Tô indo.

Assim que saio de casa, pego o elevador para descer na casa dela. Ao chegar, paro por um instante. Confiro se está tudo bem comigo e respiro fundo, tocando a campainha logo em seguida. Não demoro para ouvir um "já vai" do outro lado, e então a porta se abre, revelando a garota mais bonita daquele colégio inteiro.

Ela estava bem diferente do que estou acostumado a ver dela. Os cabelos estavam soltos, e deu pra reparar bem nas ondas. Estava usando um vestido que ia até os joelhos, azul bebê, da mesma cor da minha camisa, e sandálias rasteirinhas brancas. Dessa vez ela passou um gloss nos lábios, e estava sem os óculos de grau. Eu nãosei nem descrever o quanto adorei essa vista.

- Nós dois estamos combinando – declara, me tirando do meu transe.

- Verdade – olhei para mim e depois para ela, rindo – Vamos, senhorita?

Acho que estamos criando o costume de andar de braços dados pra qualquer lugar. Talvez isso me faça andar mais devagar, no passo dela. São mais ou menos 25 cm de diferença, e um passo normal meu são dois apressados de Victória. Digamos que dos 15 anos pra cá eu dei uma "leve" crescida. Tá legal, cresci pra cacete.

- Você vai gostar de lá. É bem aconchegante.

- Você falou tão bem de lá que fiquei curiosa.

Estávamos, de fato, indo para a sorveteria que disse que a levaria. Não demorou muito para chegarmos, e logo achamos uma mesa, do lado de fora. Ela pediu um sorvete de chocolate com calda de morango, e eu pedi exatamente o contrário: morango com calda de chocolate.

Enquanto não chegavam os pedidos, ficamos conversando aleatoriamente.

- Você nunca tinha visto o mar antes de se mudar?