"O destino é incerto, nunca sabemos quando mudará, essas mudanças são aterrorizantes e algumas até mesmo confusas, quem diria que o inferno viraria de cabeça para baixo em questão de dias?"
Trabalhar já era um saco, principalmente com dois empregos...
23:50 Da Noite (Antes do último capítulo, depois do primeiro quando ela diz "Por que a senhora não está aqui mãe")
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Música para ler o capítulo "Jealousy , Jealousy - Olívia Rodrigo"
Yumi estava em um lugar escuro, o som de vozes familiares ecoando ao seu redor. O cheiro de fumaça e de madeira quebrada invadia seu nariz, e a luz fraca iluminava o rosto conturbado de seus pais. Eles estavam em pé, encarando um ao outro com os olhos cheios de raiva, a tensão no ar quase palpável.
"Você sempre faz isso, Yumi! É sua culpa que ele não confia em mim!" A voz da mãe dela, alta e cortante, penetrava em sua mente como um punhal. O pai, em resposta, gritou sobre ciúmes. "Se você não fosse tão egoísta, nada disso estaria acontecendo!"
"E a culpa é minha? Olha a família da vizinha! Eles são tão unidos e você... Você só traz vergonha!" A mãe disparou, seu tom cada vez mais ácido. "Olha como você se veste! Lembro da vez em que você usou aquela roupa curta e foi alvo de olhares. Você não pode se cuidar? A gente mal consegue sair em público por sua causa!"
O coração de Yumi acelerou, enquanto as palavras da mãe ecoavam como gritos de sua infância. "E essa altura? Você parece uma criança!" A mãe gesticulou furiosamente. "E esse cabelo? Sempre desgrenhado! Desse jeito, ninguém vai querer saber de você!"
A cada insulto, Yumi sentia as lágrimas escorrendo pelo seu rosto. Barulhos altos a deixavam sensível, e a gritaria a envolvia em um turbilhão de emoções. Ela queria gritar, mas o desespero a sufocava, fazendo com que se encolhesse, desejando se esconder do caos
A cada grito, a cada objeto quebrado, Yumi sentia que um pedaço dela se despedaçava. O pai, visivelmente irritado, interveio: "Chega! Essa briga não é só sobre você, Yumi! Você precisa parar de ser tão sensível! Ninguém aqui tem a vida fácil!"
"Por que vocês estão fazendo isso comigo? Eu não sou a causa dos problemas de vocês!" Yumi sussurrou, mas suas palavras foram abafadas pelo barulho ensurdecedor. As paredes da casa começaram a tremer, vasos e copos se quebrando no chão, como se a própria casa estivesse se desmoronando sob a pressão de suas vozes.
"Você é uma decepção! E ainda por cima, essa sua escolha... Bissexual? Que absurdo!" A mãe a atacou novamente. "Olha pra você! Seu rosto é uma piada! Como eu posso ter orgulho de você? A vizinha faria qualquer coisa para ter uma filha como a dela! Eu só não quero que você passe pela mesma humilhação que eu."
Enquanto as palavras da mãe a atingiam, Yumi não pôde evitar o choro. Ela se sentia tão pequena, tão impotente. O barulho estava insuportável, como se tudo ao seu redor estivesse desmoronando, e a dor de ser rejeitada a feriu profundamente.
Ela queria gritar, queria fugir, mas estava paralisada, presa naquela cena horrenda. Os rostos de seus pais, cheios de desprezo, eram um espelho de seus próprios medos e inseguranças. E enquanto a casa ao seu redor estava consumida por gritos, Yumi se perguntava se algum dia conseguiria escapar das sombras do passado que a assombrava.
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