𝐃𝐈𝐑𝐓𝐘 𝐋𝐈𝐓𝐓𝐋𝐄 𝐒𝐄𝐂𝐑𝐄𝐓- 𝐍𝐀𝐃𝐄𝐍

Capítulo 3: Reflexões na Melodia

A conversa entre Jaden e eu fluiu suavemente enquanto a música envolvia a festa. O ambiente parecia mais acolhedor, e a tensão que antes nos separava estava se dissipando, dando lugar a algo mais leve.

— Então, o que você tem feito além de se divertir por aí? — perguntei, tentando manter o tom descontraído.

— Ah, você sabe, a vida de músico nunca para. Estou sempre trabalhando em novas faixas — ele respondeu, e eu percebi a paixão nos olhos dele.

— Fico feliz em saber. E... falando em músicas, ouvi que você lançou algo recentemente. O que aconteceu com "Baccarat"? — a pergunta saiu mais rápido do que eu planejava, mas a curiosidade estava me consumindo.

Ele hesitou, a expressão dele mudando para uma mistura de nostalgia e um toque de dor. — "Baccarat" foi uma época complicada. Eu escrevi para você, na verdade.

O que ele disse fez meu coração disparar. Lembrei-me da letra, da emoção crua que parecia capturar nossa história. — Eu percebi. É uma canção poderosa.

— Eu estava tentando expressar tudo o que sentia, e parte de mim ainda se pergunta se fiz a escolha certa ao escrever aquilo. — Jaden parecia vulnerável, e essa sinceridade era um sopro de esperança.

— Jaden, as músicas têm o poder de capturar momentos e sentimentos, mesmo os mais difíceis. E "Baccarat" é uma prova disso — eu disse, tentando validar sua expressão artística.

— Eu sei que errei. A letra é sobre a dor que causei e como me sinto em relação a isso. Não queria te machucar, mas acabei fazendo isso de qualquer forma — ele continuou, a frustração evidente em sua voz.

— É complicado, não é? — eu comentei. — A música pode ser tanto um refugio quanto uma ferida. Às vezes, é o que nos conecta e, ao mesmo tempo, nos separa.

Ele assentiu, e a atmosfera entre nós parecia mais íntima. — Exatamente. Mas eu gostaria de me reconectar com você. Não quero que a nossa história termine assim.

Ouvindo isso, senti uma onda de emoção. As feridas ainda estavam lá, mas a vulnerabilidade dele era um sinal de que ele estava disposto a se esforçar. — Eu também gostaria disso, Jaden. Mas precisamos ser honestos sobre o que queremos.

Ele deu um passo mais perto, como se quisesse que a distância entre nós desaparecesse. — Então, que tal começarmos devagar? Podemos compartilhar nossas músicas, nossas histórias... — a proposta dele era simples, mas carregava um peso enorme.

— Adoraria ouvir mais sobre suas novas músicas. E, quem sabe, eu possa compartilhar algumas das minhas ideias também — respondi, o entusiasmo crescendo dentro de mim.

A música mudou novamente, e um hit animado começou a tocar. A festa ao nosso redor estava em plena euforia, mas naquele instante, éramos só nós dois, conectados por melodias e memórias.

— Você sabe que vou ser seu fã número um, certo? — ele brincou, fazendo uma pose exagerada.

— Contanto que você não cante mais sobre mim de uma forma tão dramática! — ri, aliviada por poder brincar com ele.

— Não prometo nada — Jaden respondeu, seu sorriso iluminando o ambiente.

Com essa leveza, percebi que a música sempre foi um elo entre nós, e talvez, apenas talvez, poderia ser o caminho para a cura. A noite ainda era jovem, e com cada conversa, a confiança que pensava ter perdido começava a se restabelecer. O futuro ainda era incerto, mas agora havia esperança.