máscaras

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O salão iluminado por lustres de cristal refletia a luz de maneira hipnotizante, destacando os cabelos loiros de Anita Berlinger, que brilhavam como ouro sob o esplendor. Centenas de pessoas estavam ali, mas não eram meros convidados; eram figuras do submundo, mafiosos cuja presença trazia um ar de tensão e desconforto a qualquer outra pessoa que não pertencesse a esse mundo. As máscaras de seda e as roupas de gala não escondiam apenas suas identidades, mas também os segredos e alianças que flutuavam pelo ar.

Suas identidades estão ocultas, mas muitas vezes reveladas através de olhares pesados.

Enquanto a orquestra tocava uma melodia envolvente, a mulher perfumada por cereja e tabaco, percorria o salão, cumprimentando cada convidado com um sorriso encantador. As paredes vibravam com sussurros e risos nervosos, enquanto grupos se formavam em cantos da casa, trocando segredos sobre negócios e traições.

Luxúria e perigo eram os perfumes da noite.

Conforme o relógio girava, os convidados começavam a se permitirem, efeito das taças de champanhe e falsas promessas. A festa se tornava um campo de guerra fria, onde alianças eram formadas e quebradas a cada movimento.

Em meio a essa fervente luxúria, uma nova presença entrou pela porta principal, uma mulher de vestido vermelho escuro, com uma máscara elegante que ocultava sua identidade. Verônica Torres, uma policial disfarçada, infiltrada na festa para investigar as atividades ilícitas de Berlinger.

A tempestade castanha observava tudo ao seu redor, enquanto se movia com graça, tentando passar despercebida, mas atraindo a atenção de todos, especialmente de Anita Berlinger.

Berlinger estava anestesiada e encantada na mesma medida pela beleza e postura de Verônica no salão. O olhar falsamente ingênuo de Veronica fascinava mais do que qualquer outra coisa, contrastando com os olhos azuis de Anita, que haviam traços passados de maldade e culpa.

Um simples andado posturado sob o par de saltos altos caros se assemelhava ao um desfile particular para os olhos cor de mar de Anita Berlinger. 

Torres atravessou o salão com passos tranquilos, totalmente ciente dos olhares que a avaliavam. Homens e mulheres mascarados a seguiam com a atenção voltada para as curvas de seu corpo enquanto ela se dirigia ao bar, decidida a aliviar a tensão incômoda que a percorria com um pouco de álcool. 

Anita se aproximava como um gato sorrateiro, se sentando ao lado da morena que atraia tanto olhares, mesmo sem nenhuma intenção que tal acontecesse. 

- Você é nova aqui, não é? - Anita questiona, pedindo ao garçom uma taça de champanhe para si sem desviar os olhos dos olhos castanhos de Verônica.

- Eu vim me aventurar em um pedaço do submundo, e você? O que te traz aqui? - Torres devolve a pergunta, sorrindo de canto e virando seu corpo na direção da loira, dando mais abertura e continuidade na conversa que se desenrolava com um tom de ousadia .  

- O que me traz até a festa ou até você? - Anita pergunta com um sorriso ousado em seu rosto. - Não aja como se não soubesse quem está dando a festa.

- Então me responda, o que te traz até mim? - Verônica pergunta, deixando claro seu interesse na resposta da outra mulher.

- Já que você gosta de aventuras, eu tenho uma proposta para você... - Anita diz e retira do bojo do seu sutiã dois dados.

- Está interessada em fazer uma aposta comigo, madame? - Verônica pergunta em um tom provocante. - A propósito, ainda não me disse seu nome...

- Joga comigo, se eu ganhar, eu te faço uma pergunta. - A loira termina de beber seu copo em um gole só, enquanto concerta a postura de sua coluna.

- Você é tão prepotente, não vai avaliar as minhas chances de te vencer? E se caso eu ganhar?

Berlinger se encantava cada vez mais pela morena de identidade desconhecida, o perigo era atraente para os dois pares de olhos, o perigo de não saber onde aquela noite terminaria se tornava mais atraente ainda.

- Se você vencer...eu te respondo uma pergunta. - Berlinger pisca um olho na direção de Verônica, estendendo a mão em forma de desafio. Torres concorda com as regras do jogo proposto e aperta a mão que lhe era estendida.

Berlinger é a primeira a jogar os dados, passando eles para Verônica logo após conferir o número que havia saído.

- Isso é sorte de iniciante, senhorita. - Verônica encara os olhos azuis da mulher, desejando poder encarar todo o rosto e descobrir a beleza que ela podia jurar que aquela máscara branca escondia. Um sorriso convencido toma os lábios pintados de bordô de Verônica, ela havia vencido a primeira rodada.

- Qual seu nome? - Verônica não perde tempo para fazer sua pergunta e essa coragem ganha a admiração de Anita.

- Você é direta, ein? - Anita sorri genuinamente e cumpre com as regras do jogo. - Pode me chamar de Berlinger.

- Berlinger.. - Verônica sussura e devido a proximidade com a outra mulher, Anita consegue escutar bem e se arrepia em ouvir seu nome ser chamado de forma tão ingênua.

- Cuidado, senhorita. Posso querer ouvir você dizer meu nome mais alto mais tarde.

- E o que te garante que eu vou querer dizer seu nome mais tarde? - Verônica devolve a resposta uma pergunta, alugando por breves minutos a mente da loira. Torres joga novamente os dados e dessa vez, Anita a vence.

- Quero que dance comigo. - Anita diz em tom rouco, sua pergunta sendo uma ordem.

- Isso não é uma pergunta, Berlinger. Não achei que teria que te ensinar as regras do seu próprio jogo. - Verônica desce sua mão calmamente pelo balcão, parando apenas quando alcança a perna desnuda pela fenda do vestido azul de Anita por baixo da mesa, aproximando seu corpo o suficiente para sentir o perfume de cereja com um misto de tabaco no pescoço da mulher. - Eu aceito dançar com você.

As duas mulheres se levantam juntas, agora atraindo duas vezes mais olhares do que antes. E no meio do salão, enquanto a orquestra tocava uma melodia forte e imponente, as mãos de Anita Berlinger alçaram a cintura fina de Verônica, aproximando os corpos de forma firme.

Verônica deixa que sua cabeça caia para trás enquanto Anita conduz a dança. Mais alguns giros e Torres sente sua perna direita ser levantada até a metade da coxa esquerda da loira.

A cabeça da mulher morena roda, e ela culpa o álcool por isso, mas ela sabe que o arrepio que sobe pela sua espinha quando a mão de Anita desliza pela fenda do seu vestido não é culpa da bebida.

A mão gelada da loira contasta diretamente com a pele em ponto de ebulição da morena, e de uma forma quase inocente, a mão adornada por anéis dourados escorrega cada vez mais por baixo dos panos do vestido bordô de Verônica.

- Não ouse descer mais essa mão. - Verônica sussura no ouvido da mulher que lhe segura de uma forma tão forte e gostosa que embriagava sua razão mais do que qualquer bebida alcoólica que pudesse lhe ser oferecida.

- Se não, o que? - Anita sussura de volta, mordiscando o lóbulo da orelha da morena.

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Cada linha escrita nessa história é dedicada para o meu amor, meu grande amor.
A onça da minha pantera, eu amo você

Eu tentei ficar longe, mas a verdade é que eu não consigo. Aproveitem a nova história delas e me deixem achar o que esperam.

Criminal | Veronita Fanfic Onde histórias criam vida. Descubra agora