Capítulo 2: "Laços de Areia e Sangue"

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O sol já começava a se pôr quando as terceiranistas deixaram o ginásio, caminhando juntas pela rua tranquila em direção às suas casas. O jogo entre a equipe do Colégio Takamatsu e do Colégio Seiryu, ainda estava fresco na memória de todas, e o assunto da vez, naturalmente, era a impressionante conexão entre Yui e Mizuki.

- "Vocês viram a sintonia entre Yui e Mizuki?" comentou Aiko, ajustando a alça de sua mochila no ombro. "Era como se elas soubessem exatamente o que a outra estava pensando em cada jogada."

- "Sim, foi realmente incrível," concordou Haruna. "Elas não erraram um único passe. A Yui sabia exatamente onde colocar a bola, e a Mizuki parecia sempre estar no lugar certo para finalizar."

Rina, que até então estava apenas ouvindo, sorriu. Ela já conhecia aquele segredo, o que fez o comentário parecer natural para ela. Decidiu, então, compartilhar a história que ninguém sabia.

- "Na verdade, essa conexão delas tem uma explicação," disse Rina, atraindo a atenção de Aiko e Haruna. "Vocês sabiam que Yui e a Mizuki passaram dois anos morando no Brasil?"

- "Sério?" exclamou Aiko, surpresa. "Eu nunca soube disso.O resumo que a treinadora nos deu sobre elas nao dizia nada disso. Quando foi isso?"

- "Foi quando elas tinham entre 10 a 12 anos," explicou Rina, colocando as mãos nos bolsos enquanto caminhavam. "Naquela época, a família da Mizuki se mudou para o Brasil por causa do trabalho dos pais dela, e a Yui foi junto. Elas moraram lá por dois anos inteiros."

Haruna olhou curiosa para Rina. "Mas como isso ajudou tanto na conexão delas no vôlei?"

- "Elas jogavam vôlei de praia quase todos os dias," respondeu Rina, com um sorriso nostálgico. "Vocês sabem como é o vôlei de praia, não é? Apenas duas pessoas na quadra, sem espaço para erros. Elas aprenderam a confiar uma na outra de forma absoluta, porque se uma errasse, não havia mais ninguém para cobrir. Foi lá que elas desenvolveram essa química que vimos hoje na quadra. Elas aprenderam a se comunicar com os olhos, com o ritmo dos passos... e isso se tornou parte delas."

Aiko ficou impressionada com o que ouviu. "Isso explica muita coisa. O vôlei de praia exige um nível diferente de cooperação. Elas estão acostumadas a lidar com cada jogada como se fosse questão de vida ou morte."

Haruna, sempre atenta aos detalhes, perguntou mais: "E desde que voltaram, elas continuaram jogando juntas?"

Rina assentiu. "Sim, mas quando voltaram para o Japão, focaram mais no vôlei de quadra, claro. Só que a base já estava lá. Elas são praticamente inseparáveis desde então, e a química só ficou mais afiada com o tempo. Mesmo que a Yui seja levantadora e a Mizuki, central, elas trazem aquele espírito de parceria do vôlei de praia."

- "Então, por isso elas são tão coordenadas," refletiu Aiko, agora entendendo o motivo daquela conexão natural. "Elas jogaram em um ambiente onde cada erro poderia custar um ponto importante. Isso fortalece muito os reflexos e a confiança mútua."

Rina sorriu. "Sim, e apesar de tudo, é claro que o parentesco também ajuda. Elas são primas, afinal, e isso também reforça o laço emocional."

- "Família e experiência compartilhada no Brasil..." Aiko murmurou, pensativa. "Não é à toa que parecem tão sincronizadas. E o mais interessante é que esse tipo de conexão, que nasceu na areia, agora brilha nas quadras. Isso faz delas uma dupla muito perigosa para os adversários."

Haruna acrescentou: "Elas são jovens, mas com essa experiência e essa química, podem facilmente se destacar nos campeonatos futuros. Só precisam de mais tempo para se adaptarem ao estilo de jogo colegial. Quando isso acontecer, teremos uma equipe imbatível."

Aiko concordou, visivelmente animada. "Elas só precisam de orientação, e estamos aqui para isso. Essa conexão delas é algo que precisamos valorizar e cultivar,seria ótimo ter essa arma na nossa equipe,mas devemos nos preparar pra caso tenhamos que enfrentá-las em quadra. A nova geração está cheia de promessas."

O grupo continuou caminhando, trocando risadas e comentários sobre o futuro da equipe. Mas, dentro de si, todas sabiam que estavam prestes a testemunhar o crescimento de jogadoras que trariam algo único para os campeonatos. Yui e Mizuki não eram apenas atletas talentosas; elas carregavam uma história de dedicação e superação que as tornava diferentes.

E com Rina ao lado delas, meio-irmã de Yui e sempre conectada com sua família, aquele trio parecia destinado a deixar sua marca, seja na areia do Brasil ou nas quadras do Japão.

"Elas são o futuro," Aiko disse por fim, seus olhos cheios de esperança. "E estamos aqui para garantir que o futuro delas seja brilhante."

A noite caiu enquanto as garotas se dispersavam, mas o caminho do time estava apenas começando a se iluminar.
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A noite caiu enquanto as garotas se dispersavam, mas o caminho do time estava apenas começando a se iluminar

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