A simetria da vida não mente.
Verdade, não falha.
Na vulgaridade das banalidades
Vi que nada é sagrado, isento de falta.Em impacto contra o rochedo,
o tomate vira extrato
Igual vê o corpo seu distrato
Em choque contra um paredão, sem segredo.Não existe reverência
Nem sinal de clemência
Entre aquilo que vive
E o que só existeO fogo que expurga a doença
É o mesmo que mata intoxicado
Ele que funde a espada
E o que dissolve a pele, justificado.Onde está a lei a que segue a natureza?
Por que observar o bem não a ordena?
Os acessos de imparcialidade sádica
Que mói de forma diabólica
ainda que suplicado, implorado
O filho do varão, do gado
Os que nunca deram motivos
Para serem punidos, em depósito
por aquilo que não tem propósito.Os meros seres sencientes
Buscam se consolar, dizendo a ela: "tu sentes"
Antes parassem de formar regras a partir de exceções
E vissem que ela revela, que não obedece a corações ou convicções.
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Da Carpa ao Dragão
PoesiaLivreto do encontro de prosas e poemas, que saltam do meu espírito feito carpas e alçam voo de minha mente como dragões. -Jess