Capítulo 6

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Jade caminhava lentamente pela calçada, o som abafado de seus passos ecoando nas ruas vazias. A noite envolvia a cidade em um manto de escuridão, cortado apenas por postes de luz espalhados que lançavam sombras longas e distorcidas pelo asfalto. O vento soprava frio, agitando as folhas secas no chão e fazendo os galhos das árvores balançarem de forma sinistra.

As vitrines das lojas estavam fechadas e vazias, e o silêncio era quase absoluto, interrompido ocasionalmente pelo ruído distante de um carro passando. A rua deserta parecia se estender infinitamente, e a sensação de isolamento começava a pesar sobre Jade. O frio da noite penetrava seu casaco fino, e ela apertou o passo, olhando para os lados, como se esperasse ver alguém aparecer a qualquer momento.

A cada passo, a tensão no ar parecia aumentar, como se a própria escuridão a observasse. Jade, cansada do trabalho e das aulas, só desejava atravessar aquele trecho silencioso o mais rápido possível, deixando para trás a solidão que a noite trazia. Ela começou a sentir um leve desconforto, como se algo à espreita na noite a observasse.

O desconforto crescia dentro de Jade, cada sombra parecia ganhar vida, e o silêncio da rua se tornava opressor. Seu coração começou a bater mais rápido, como se soubesse de algo que sua mente ainda não compreendia. Sem pensar, seus passos se apressaram. A sensação de estar sendo observada era quase tangível, como se olhos invisíveis seguissem cada movimento seu.

Agora, quase correndo, Jade sentia o frio cortar sua pele, mas não sabia se era o vento ou o medo que gelava seu corpo. Quando faltavam apenas alguns metros para chegar em casa, uma corrente de pânico a tomou por completo. Foi então que algo roçou levemente seu braço. O toque era frio e fugaz, mas o suficiente para fazê-la soltar um grito abafado e disparar ainda mais rápido, o pavor empurrando-a para frente, sem olhar para trás.

Jade parou de correr, seu peito arfando com a respiração descompassada. O caminho à sua frente parecia se distorcer, alongando-se como um túnel sem fim. A rua, antes familiar, agora parecia maior e muito mais escura, como se a própria noite a estivesse engolindo. O poste de luz mais próximo piscava, ameaçando se apagar a qualquer momento, deixando-a envolta em sombras.

Hesitante, ela se virou lentamente, um calafrio subindo por sua espinha. Seus olhos se arregalaram ao enxergar, no fundo da rua, uma figura alta, completamente vestida de preto. Era quase impossível distinguir detalhes, mas a silhueta carregava uma presença ameaçadora. O rosto, oculto por uma máscara pálida e deformada, parecia sorrir para ela de maneira perturbadora, os olhos fixos nos seus, brilhando com uma malícia silenciosa.

O tempo parecia congelar. O coração de Jade martelava no peito, cada batida ecoando em seus ouvidos, enquanto sua mente tentava processar a cena à sua frente. Nas mãos da figura, um machado reluzia à luz fraca, o metal cruel refletindo um brilho sombrio. A figura não se movia, apenas observava, como se saboreasse o medo crescente que tomava conta dela.

Jade sentiu o peso daquela presença, e a distância entre os dois parecia se fechar, mesmo que a figura permanecesse imóvel. O sorriso na máscara era a única coisa que ela conseguia ver com clareza - e o terror a fez querer correr, mas suas pernas pareciam paralisadas, presas pela escuridão crescente ao seu redor.

A figura, antes distante, começou a se mover. Os passos eram lentos, mas certeiros, cada um ecoando como um trovão na mente de Jade. O pavor apertava seu peito como um nó sufocante, enquanto ela assistia, impotente, aquela presença sombria se aproximar, seu machado reluzindo ameaçadoramente à luz vacilante da rua. A cada passo, a escuridão parecia se arrastar com ele, como se o próprio medo o seguisse.

Quando finalmente ficou à sua frente, Jade sentiu o mundo ao seu redor desmoronar. A figura, imponente e cruel, ergueu o machado acima da cabeça, pronto para desferir o golpe. O som do metal cortando o ar era quase ensurdecedor, como se o tempo tivesse desacelerado apenas para amplificar seu terror.

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