Minha Perdição

• 04 memórias •

"Seu pai sempre esteve por perto, mas ele nunca foi presente, ele traía sua mãe mas ela nunca o deixou. De primeiro eu não entendia, mas agora eu entendo, ele partiu seu coração e deixou dinheiro em suas mãos."

- Daddy issues, the Neighbourhood.

                                                 P E T E R S O N

Mais uma noite de merda nessa boate, não parei quieto desde que cheguei aqui, fiquei rodando pela boate e perguntando se eles estavam se divertindo, desenrolei alguns assuntos sobre a corrida com alguns, vi quem ia correr e quem não ia, afinal, tenho que conhecer meus concorrentes. Paguei um pessoal por terem feito alguns servicos pra mim. Ainda bem que Lian vai estar aqui comigo, ele sempre dá um jeito de vir, é e claro, que eu arrumo VIP pra ele e pra sua prima, mas hoje ele pediu uma pulseira a mais, quem será a pessoa que ele vai trazer?

Não aguento mais forçar simpatia pra esses bando de pau no cu, tudo puxa saco do meu pai, tô de saco cheio dele também, me obrigando a gerenciar os negócios da família.
Até quando ele vai ficar me culpando, me odiando por algo que eu mesmo me culpo todos os dias, droga, será que ele não vê que eu mesmo já me odeio? Não preciso que o meu pai também me odeie.

Logo percebo que o canalha do Lian havia acabado de chegar, ele entra no lugar e já sobe pra área VIP, junto de Luiza e tinha mais uma menina com eles. É caralho, que menina linda. Seus cabelos eram loiros como fios de ouro, seus labios rosados e bem desenhados, que vontade de saber o gosto deles. Seus olhos cor de mel, e sua bochecha tinha alguns contrastes cor de rosa. Ela usava um vestido preto de manga longa que tinha um decote no busto, abraçava tão bem as suas curvas.

Vejo Lian vir em minha direção e Luiza acompanhar sua amiga até o bar.

- como estão sendo as coisas por aqui hoje? -Lian pergunta assim que chega perto de mim e de mais alguns homens que estavam aqui. Não os considero meus amigos, apenas Lian possui esse título, ele sempre me ajudou, principalmente depois "daquilo".

- a mesma chatice de sempre- rio de lado, e olho na direção de onde as duas garotas estavam- quem é a menina que esta com a sua prima? - Lian olha até a menina e a prima.

- uma amiga, quer que eu apresente vocês?- nego com a cabeça.

- vai chegar a oportunidade certa- olho pra menina de novo é percebo que ela olhava para nós, não pra todos, pra Lian. Do nada to sentindo uma sensação diferente, quando como alguém toca no meu carro sem permissão, não sei dizer se era ciúmes, ou um tipo de possesividade. Mas eles nao eram direcionados a Lian, eram direciados a menina. Eu nem a conheço, então porque me sinto estranho?

- vou resolver um corre - lian diz indo em direção a um menino e a uma menina, provavalemente vão se pegar.

Olho em direção ao bar e percebo que Luiza não estava mais lá com sua amiga, olho em volta do ambiente e a vejo na pista de dança. Olho de novo na direção da menina de cabelos loiros e vejo um homem se aproximar dela, ela parecia desconfortável. Talvez eu devesse tê-la ajudado, mas não farei isso, ela não é a minha responsabilidade e eu não faço favores.

Logo depois vejo os dois conversando, o homem estava com um sorriso debochado no rosto, e uma hora ou outra ele cambaleava, provavelmente estava bêbado. Depois vejo ela apontar pra onde eu estava e o homem seguir seu olhar à mim, fico confuso. Porquê ela apontaria pra cá? Seu amigo já não estava mais aqui! O homem parece se desculpar logo depois que ela diz alguma coisa e o sorriso debochado que havia em seu rosto tinha desaparecido, dando espaço a expressão de medo que ele fez. Encaro o homem com cara de nojo e desdém, um verme como ele não deveria nem estar aqui, ele pode ter dinheiro, mas ainda é um ninguém, não deveria ter falado com ela, deveria ser eu ali, tendo a sua atenção.