capítulo 3 - descobertas

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Infelizmente, não consegui convencer minha irmã mais velha Bella a me deixar ficar em casa, e o Charlie também não cedeu. Sério, universo, você realmente está conspirando contra mim! Eu poderia estar de boas no meu cobertor, mas não… eu tinha que estar aqui, de casaco, em uma praia congelante! Mas uma coisa é certa: se o Jacob aparecer, eu me enterro na areia e finjo que sou uma concha.

Estava de pé perto da Bella, mordiscando um fine que ela trouxe. Meus olhos estavam sempre atentos, uma vigilância de uma espiã em missão, verificando se havia algum cabelo grande por aí. Por enquanto, só vi corajosos desafiando o frio e surfando nas ondas. Eric, com certeza, não era um deles, pois estava ali, desistindo das suas esperanças de ser um surfista radical.

– Eu pensei que o Eric iria me chamar para o baile… mas ele não chamou – Angela disse, e sua expressão desapontada fez meu coração apertar. Ele me chamou para o baile, mas parecia que o medo da rejeição o havia paralisado. Eu me virei para Angela e disse, com um sorriso:

– Por que você não o convida? – Ela me olhou como se eu tivesse sugerido que ela pulasse de um penhasco. Mas Continuei, determinada. – Sabe, assumir as rédeas da situação faz parte da nossa independência, entende? 

– É verdade, você é uma mulher forte e independente – Bella concordou, e eu quase me senti como uma coach de empoderamento. Angela parecia considerar.

Mas então, como se o universo quisesse me torturar ainda mais, Jessica apareceu, pedindo ajuda com a roupa. Sorri para ela, tentando manter a compostura.

Fechei os olhos por um momento, apenas sentindo a brisa fria e relaxante. Era tão bom ter esses  de paz em meio ao caos. E então…

– Bella – ouvi uma voz familiar. Quando olhei para cima… ah, merda. Era Jacob e mais dois outros garotos.

Minha respiração ficou desregulada, mas tentei fingir que estava tudo bem. Torci para que ele não tivesse notado minha presença. Virei o rosto, sentindo meu rosto queimar, mas não por causa do frio; era a vergonha que me atingiu como um raio.

Eu sabia que não era  para ter vindo. Droga! Eu devia ter ficado em casa.

Mas aquilo estava ficando fora de controle, e minha ideia de  desaparecer na areia não funcionaria; era apenas uma questão de tempo até Jacob me notar. E lá estava ele, sentado ao lado de Bella perto de mim, com a presença engraçada que eu gostava. Não! Minha mente gritava, enquanto meu coração batia descompassadamente.

Jacob estava ali, se levantando do lado da Bella, mas seus olhos fixaram-se diretamente em mim, como se estivessem magnetizados. Era como se o tempo congelasse, e naquele momento, percebi que não havia saída fácil. Fiz o que qualquer pessoa encurralada faria: fugir para a praia sem dizer absolutamente nada. Eu não sabia exatamente do porque correr assustada dele, mas de uma coisa eu tenho certeza é que: eu não estou pronta para encara-lo.

Enquanto eu corria, sentia a areia fina ceder sob meus pés, cada passo ecoando junto com meu coração acelerado. De repente, uma corrente de lembranças indistintas tentou invadir minha mente, mas era como segurar areia com as mãos — difícil de alcançar, impossível de manter.

Eu finalmente parei um pouco mais adiante, dando as costas para o vento frio e encarando o mar cinzento. O som das ondas era ensurdecedor, mas dentro de mim havia um silêncio ensurdecedor, uma guerra entre o que sentia e o que não queria confrontar.

De longe, eu podia ver Bella e Jacob conversando. Bella parecia confusa, gesticulando na minha direção, e Jacob parecia explicar ou talvez se desculpar — mas por quê? Eu não conseguia entender.

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