Entre Estrelas e Segredos - Joseph Quinn

Confissões

Depois de um longo dia de gravações, finalmente estávamos no elevador, subindo para nossos quartos. O som suave da música ambiente se misturava ao leve zumbido do motor, enquanto Joseph e eu nos encostávamos nas laterais opostas, exaustos mas satisfeitos. O primeiro dia de gravação havia corrido bem, apesar das distrações internas que eu havia enfrentado.

— E aí, pronto para o fim de semana? — perguntei sobre o evento que iríamos, tentando quebrar o silêncio. Olhei para Joseph, que mantinha o olhar relaxado, mas ainda demonstrava o cansaço do dia.

— Animado, e você? — ele sorriu, mexendo nos cabelos — Espero encontrar uns amigos e poder te apresentar finalmente — ele piscou, e eu sorri desconcertada.

— Uns amigos? Quer dizer o pessoal que você trabalhou em Stranger Things? — perguntei, cruzando os braços, enquanto o elevador parava em mais um andar e as portas se abriam para deixar que alguém entrasse. Mas nós continuávamos subindo sozinhos, o silêncio voltando por uns segundos.

— Isso! Como adivinhou? — ele comentou, quebrando o silêncio de novo, descontraído — Acho que eles vão amar você!

— Creio que não precisará me apresentar para Joe Keery, eu já o conheço — meu tom era leve, mas por dentro eu ainda estava processando o que tinha visto naquele vídeo editado. A intensidade entre nós fora das câmeras estava começando a ficar difícil de ignorar.

O elevador finalmente chegou ao nosso andar, e saímos caminhando lado a lado pelo corredor. Quando paramos na frente de nossos quartos, que ficavam um ao lado do outro, Joseph hesitou por um momento, olhando para mim com um leve sorriso.

— Então... Que horas você quer conversar? — ele perguntou, recostando-se na porta de seu quarto. Eu pensei por um instante, tentando calcular um horário que nos desse tempo para relaxar um pouco antes de encarar a conversa.

— Que tal umas nove? — sugeri — No meu quarto?

— Perfeito — ele assentiu, com uma expressão que misturava leveza e seriedade — Vou aparecer no seu quarto então. Melhor assim, a gente evita os olhares curiosos.

— Ok, te vejo às nove — eu sorri, concordando.

Ele deu uma última olhada, antes de finalmente entrar no quarto. Eu também abri a porta do meu, me sentindo repentinamente exausta, mas ao mesmo tempo ansiosa para a noite que se aproximava. Fechei a porta atrás de mim e me joguei na cama por alguns segundos, respirando fundo. Precisava me preparar mentalmente para a conversa que viria, mas antes de mais nada... eu estava faminta.

Peguei o telefone e disquei para o serviço de quarto. Decidi pedir algo simples e descomplicado: uma pizza e uma garrafa de vinho. Não tinha certeza do que Joseph preferia, mas sabia que pizza e vinho dificilmente desapontariam.

— Gostaria de pedir uma pizza de quatro queijos e uma garrafa de vinho tinto, por favor — falei ao atendente, sentindo um leve nervosismo ao pensar na noite que estava por vir. Assim que desliguei, me levantei para tomar um banho e me preparar. A expectativa estava me corroendo por dentro, e a cada segundo que passava, sentia o momento da conversa se aproximar mais e mais.

Enquanto organizava a sacada, endireitando a cadeira e ajeitando o ambiente para que ficasse confortável, me perguntei o que, exatamente, eu estava esperando dessa conversa.

[...]

Tomei um banho, deixando a água escorrer pelos meus ombros, relaxando a tensão acumulada no corpo após o longo dia. Era como se o vapor do banheiro não só limpasse a pele, mas também acalmasse um pouco da agitação que havia na minha mente. A conversa que eu teria com Joseph não saía dos meus pensamentos, e por mais que eu tentasse não antecipar o que poderia acontecer, as possibilidades pesavam na minha cabeça.