Emberfall
10:00H†CLARICE NARRANDO†
Ainda bem que deu tudo certo com a loja, liguei para Dylan vir me buscar mas ele acabou não atendendo, poderia estar ocupado, saí caminhando pela calçada da rua principal, logo vi Dylan parar o carro do meu lado.
Entrei no carro e ele disse:
— Eu acabei me ocupando muito, estava direcionando os ajustes da festa, como foi na loja?
— Finalmente tudo parece dar certo, a gerente disse que sou bem qualificada para o cargo. -falei sorrindo.
— Você é louca, sua vida agora é outra, entende baixinha? -Dylan.
Olhei sério para ele e dei de ombros.
— Dylan, não sei se você percebeu, mas nossa realidade é bem oposta uma da outra, não é porque minha mãe está com o seu pai que eu vou cruzar os braços como uma patricinha qualquer.
— Tá bom, entendi...
— É melhor abrir seus olhos em relação a nós dois.
— O papo tá chato...
Dylan estava agitado, seu maxilar marcado, com os olhos firmes, ele passou a mão na coxa e reparei que ela ficou vermelha, na calça havia uma mancha, fiquei calada enquanto ele olhou para a mão e pegou um lenço e tentou limpar. Nesse momento minha curiosidade falou mais alto.
— Como está a decoração da festa?
— Normal, como toda festa tem que ser. -Dylan.
— Estão usando sangue artificial e vão sair fantasiados?
Dylan para o carro, sorrindo, era um sorriso maldoso, frio.
— Na verdade sim, mas isso é sangue de verdade.
— Como...
— O Ethan é péssimo com coisas pontiagudas e cortantes. -Dylan.
— Salvou a vida dele... Não sei se você se encaixa como herói.
— Mas eu não sou, prefiro a postura do vilão, todos gostam e você sabe bem disso, não é?
Dylan toca meu rosto e me beija.
— É... Eu sei bem...
Ele me agarrou, era um beijo forte.
— Prefere almoçar em casa ou no restaurante? -Dylan.
— Eu sei cozinhar.
— Essa eu quero ver. -Dylan.
Apenas dei risada, no caminho para casa recebi uma ligação sem identificação, atendi.
— Alô...
Dylan pega o celular e coloca no viva voz.
— Aqui é a Lisa, eu sou a acompanhante do Ethan. -Lisa.
— Hm...como posso ajudar?
— Como teremos a festa, tem alguma recomendação de maquiadora artística? -Lisa.
— Hm... Na verdade não, pode ser que encontre no Instagram.
— Tá bom, valeu, vai fantasiada de que? -Lisa.
— Nem sei ainda.
— Vai combinando com o gato do Crow.
— Tá tchau...
— Tchau, salva meu contato e...Desliguei na cara dela e Dylan ficou calado, guardei meu celular na bolsa, chemos na frente de casa, desci do carro antes dele abrir o portão e bati com força a porta do carro.
— Porra! E a geladeira não tem na sua casa?
O portão abriu, entrei mostrando o dedo do meio para Dylan, esperei na área, ao colocar o carro na garagem, Dylan desce e arremessa minha mala no chão.
Respirei fundo, peguei a mala e abri a porta, passei pela sala e subi as escadas me posicionando no primeiro quarto, era distante do quarto dele.
— Nem tente, seu quarto não é esse... -Dylan.
— Eu vou ficar aonde?
— Esse aqui... Deixa a mala e vem pra cozinha.
— Tá...
Ele abriu a porta do quarto, arremessei com ódio a mala no chão, ele parou no corredor, eu bati a porta e caminhei até ele.
Dylan me parou na escada, me pressionando contra o corrimão.
— Sai Dylan...
— Dá pra falar que porra tá acontecendo?
— Não! -empurrei ele- vai querer o que para o almoço?
— Qualquer coisa.
Desci as escadas, fui até a cozinha, no armário encontrei um vinho do porto suave, decidi prepara um filé mignon ao molho de vinho com um purê.
Dylan sentou e recostou se na mesa dizendo:
— Me serve uma dose desse vinho.
— Claro...
Indo até ele, segurando a taça na mão esquerda e uma faca na mão direita.
— Aqui...
— Achei sexy sabia?
— Interessante saber disso.
— Por que?
— Minha imaginação está bem criativa.
Tomou uma dose do vinho me encarando e questiona que tipo de criatividade, sentando de frente em seu colo, respondi:
— Qual seria a forma mais fácil de matar, envenenando esse vinho ou te golpeando com essa faca... só isso...como deseja sua carne?
— Hm... Ao ponto -ele deu um tapa em minha bunda- desculpa desapontar, mas você não me assusta sabia? -Dylan.
— Sabia...
Segurei o seu rosto, dei um selinho, depois mordendo a boca dele, saindo do colo dele, fui até o fogão, preparei o almoço. Servi ele, por um momento ele observa o prato e por fim experimenta e diz:
— Você é muito boa no que faz, esse prato está muito bom. Vou buscar um Pinot Noir Elegance Gauthier.
— Podemos seguir com o vinho usado no molho.
— Não, eu faço questão.
Dylan levanta e caminha até uma sala reservada e retorna com o vinho.
— Espera...vocês têm uma... Lógico que tem...
Ele sorriu e serve minha taça.
— Espero que goste, aqui... Espere um pouco antes de saborear.
Após apreciar o vinho, comemos, conversamos um pouco, após o almoço fomos até a sala assistir um filme, meu celular tocou, era meu pai ligando, levantei para atender e Dylan faz o mesmo, eu parei e olhei irritada para ele, subi as escadas, falei com meu pai, ao descer as escadas Dylan ficou me encarando.
— Sei que aceitei seu acordo, mas eu não permito você querer se meter em tudo na minha vida.
— Você que sabe.
— Inclusive, pode me punir como quiser, hoje eu não vou a lugar nenhum.
— Ah... Você vai e nem vou perder meu tempo discutindo com você Clarice.
— Então vai esperar sentado!
Virei para voltar para o quarto, Dylan levantou rápido me segurando com força, apertando meu rosto, seu coração disparado, seus olhos pareciam mais escuros.
— Me solta!
— Vai fazer o que? Gritar? Fica à vontade.
— Sentir mais ódio da sua cara, seu babaca!
— Sério, vai pro seu quarto, escolha uma roupa, aproveita e pensa bem que você escolheu isso, te dei tempo pra pensar...
— Ai seu idiota!
— Me magoou...13:00h
Subi as escadas rápido, entrei no quarto e tranquei a porta, me joguei na cama e fiquei pensando na besteira que eu fiz, mas ao mesmo tempo eu me sinto presa a ele, os beijos, o toque, tudo em pouquíssimo tempo... Eu tô perdida... Fiquei com um aperto no peito e uma sensação estranha.
Adormeci, era um sonho tranquilo, eu estava deitada na cama ao lado de Dylan, eu analisava suas tatuagens passando levemente o dedo indicador e ele explicava algumas, eu amava a tatuagem da sua mão, uma mariposa, me remetia a transição, uma metamorfose, eu questionei para saber quem era o Dylan antes das tatuagens, ele ficou sério, mas sorriu dizendo que um dia eu teria as respostas me puxando para um beijo.
Algum tempo depois, acabei acordando com Dylan batendo forte na porta, abri e ele entrou falando.
— Preciso da sua ajuda...
— Espera... só um momento, vou ao banheiro.
Me higienizei, lavei o rosto e fui até ele, Dylan olhando o celular dizendo:
— Já escolheu sua fantasia?
— Não...
— Vamos ter que ir antes da festa iniciar, escolhe logo a fantasia.
— Poderia me emprestar uma camisa sua, de preferência preta e de mangas compridas?
— Pode ir no closet e pega, então... Quero que faça essa pintura no meu rosto.
— Uma caveira... Certo... Que horas nós vamos?
— Às nove e meia, pede um lanche pra gente, eu vou tomar banho.
— Preferência de lanche?
— Só escolha.
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A última Subordinada
Romance2024 Cidade, Emberfall. Sentindo-se conformada com a normalidade de sua vida ao lado de sua mãe Hellen Villar, Clarice, agora com dezoito anos, terá uma mudança na sua rotina. Após a união de sua mãe com o empresário Frank S. Crow, o chefe dela. Cla...