Família Martins-Lorenzo

Tancinha

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A família Martins-Lorenzo tinha uma rotina agitada, Amaury estava gravando uma série, Diego tinha seu próprio Talk Show, as crianças tinham a escola e algumas atividades extras, porém mesmo assim existia tempo de qualidade, isso era algo que o casal nunca abriria mão.

— Pretinho, eu tô preocupado com o Benzinho, talvez seja porque estamos ausentes nos últimos dias – Diego estava fazendo seu skincare enquanto conversava com o marido — eles são tão abertos com a gente.

Amaury entrou no banheiro, beijou os fios de cabelo acobreados e foi escovar os dentes.

— Quase não tivemos tempo de conversar essa semana, eles já estão dormindo quando a gente chega – ele olhava para Diego pelo espelho à sua frente — talvez ele esteja triste porque não o colocamos para dormir.

Naquela semana específica eles passaram a maior parte dos dias gravando e Ana, a governanta, havia comentado que reparou um comportamento diferente no Ben. Amaury e Diego estavam preocupados e decidiram almoçar com os filhos para entender o que estava acontecendo.

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A manhã seguinte foi como todas as anteriores, eles tomaram café juntos e levaram as crianças para a escola, eles finalmente teriam o dia livre. Foram à academia juntos, passaram no mercado para fazer compras e foram para casa.

— Oi Aninha –  Amaury colocou algumas bolsas na bancada da pia e beijou o ombro esquerdo da mulher.

— Oi Aninha – Diego fez a mesma coisa, beijando o ombro direito.

A relação da governanta com a família era tão boa que as crianças a chamavam de vó, o que deixava dona Erika e dona Fátima se roendo de ciúmes, o que para o casal era motivo de muita risada. Apesar da dor de cotovelo, as avós também nutriam muito carinho por Ana, afinal, ela cuidava de seus filhos e netos diariamente.

— Vocês estão sorrindo tão bonito hoje, aconteceu alguma coisa?

— Ah – o ruivo soltou um gritinho agudo — Então você tá dizendo que a gente sorri feio? – perguntou em uma falsa indignação.

— Não ponha palavras na minha boca, Didico – ela ria da brincadeira.

— Esse aí ama um drama, Aninha –  Amaury observava a cena com um sorriso no rosto.

— Ah, é? E foi por isso que casamos, somos dramáticos iguaizinhos – Diego falou deixando um selinho nos lábios do preto.

A governanta estava acostumada com momentos como esse, eles eram o casal mais apaixonado que ela já conheceu.

— Ana, nós vamos levar as crianças para almoçar depois da escola, está convidada se quiser ir com a gente – o ruivo falou antes de sair da cozinha.

— Melhor não, vocês precisam desse tempo com eles, se divirtam.

O ruivo seguiu em direção ao seu quarto, pegou uma camisa de botões verde com manchas roxas, um bucket lilás, um shorts preto e um tênis branco.

Do seu quarto era possível ouvir o chuveiro ligado e Amaury cantarolando uma música do Djavan, uma que o menor aprendeu por sempre ouvir o preto cantar, que Amaury fez questão de estar na playlist do casamento.

E a tua história, eu não sei
Mas me diga só o que for bom
Um amor tão puro que ainda nem sabe
A força que tem
É teu e de mais ninguém