Na manhã seguinte, o sol se erguia preguiçoso sobre a floresta densa ao redor da torre de Pedrux. Uma brisa suave agitava as folhas das árvores, enquanto o canto dos pássaros preenchia o ar com uma tranquilidade que contrastava com a energia que circulava entre os dois companheiros.
Mendrake já estava no pátio da torre, aquecendo-se para mais uma sessão de treinamento. Embora ele estivesse acostumado a trabalhar em silêncio, havia algo no modo como Pedrux o observava que o deixava mais consciente de si mesmo. Sentia os olhos do mago sobre ele o tempo todo, e isso fazia seu corpo responder de maneiras inesperadas. Talvez fosse a proximidade constante, ou talvez a intensidade do que havia acontecido na noite anterior – o beijo sob as estrelas ainda queimava em sua memória.
Pedrux, sempre com aquele olhar tranquilo, finalmente desceu da torre, vestindo suas roupas de mago, mas com um sorriso de quem tinha outras intenções além de simplesmente treinar. Seus olhos pousaram em Mendrake, que já estava suado, praticando com suas lâminas, o corpo esguio e ágil se movendo com precisão letal.
– Pronto para mais uma sessão? – perguntou Pedrux, seu tom ligeiramente provocador.
Mendrake ergueu os olhos, sorrindo de leve. O calor da manhã estava aumentando, e ele podia sentir o suor escorrendo pela pele. Sem pensar muito, puxou a camisa e a jogou de lado, deixando o peito nu e reluzente sob a luz do sol. O ar pareceu mudar ao seu redor, e ele sabia que Pedrux estava observando cada movimento.
Pedrux ergueu uma sobrancelha, o sorriso se alargando.
– Está ficando quente, não é? – comentou o mago, caminhando lentamente em direção a Mendrake. Havia uma malícia suave em sua voz, uma provocação que fazia o sangue de Mendrake correr mais rápido.
– Um pouco – respondeu Mendrake, tentando manter o tom casual, mas sentindo o calor aumentar não só por causa do sol.
Pedrux chegou mais perto, o suficiente para que Mendrake sentisse a energia mágica que sempre o cercava. O mago estendeu a mão, sem hesitar, e deslizou os dedos pelo peito nu de Mendrake, como se estivesse traçando linhas invisíveis. O toque era leve, mas suficiente para que Mendrake respirasse fundo, surpreso pelo efeito imediato que aquilo causava em seu corpo.
– Acho que você precisa de um pouco de distração – disse Pedrux, sua voz agora baixa e carregada de intenções.
Mendrake abriu a boca para responder, mas antes que pudesse pensar em algo, sentiu o corpo de Pedrux pressionar-se contra o seu. As mãos do mago estavam em seu peito, e logo o toque suave tornou-se algo mais intenso. Pedrux passou a boca próxima ao pescoço de Mendrake, fazendo o assassino estremecer.
– Pedrux... – Mendrake tentou, mas sua voz saiu quase em um sussurro.
O mago mordeu levemente o lóbulo de sua orelha, arrancando um suspiro involuntário de Mendrake, e então deixou uma trilha de beijos pela lateral do seu pescoço. Seus dentes roçaram a pele sensível, e em seguida, morderam mais forte, o suficiente para deixar uma marca. Mendrake arqueou as costas ligeiramente, a mistura de dor e prazer o deixando tonto.
– Acho que você gosta disso – murmurou Pedrux contra sua pele, os dedos agora apertando os músculos do peito de Mendrake, explorando cada detalhe.
Mendrake não conseguia mais pensar direito. O calor do sol parecia ter sido substituído pelo calor do corpo de Pedrux, que agora o envolvia completamente. Ele sentiu os dentes do mago em seu ombro, mais uma mordida, mais uma marca. E então, de repente, os lábios de Pedrux estavam nos seus, um beijo profundo e urgente, como se a necessidade entre eles tivesse finalmente atingido um ponto sem volta.