Em um mundo onde a confiança e o amor parecem um sonho distante, Anny Gabriela Oliveira enfrenta o maior desafio de sua vida. Depois de ser traída pelo marido, ela não apenas se vê sozinha, mas também é forçada a reavaliar sua identidade. Ao se muda...
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Eu havia decidido visitar o escritório de Marcus para lhe entregar alguns documentos que ele havia esquecido em casa. Enquanto dirigia, o coração batia rápido, mas não por ansiedade; era mais por um sentimento misto de determinação e nervosismo. Queria que ele visse que eu ainda me importava, mesmo que tudo parecesse tão distante entre nós.
Ao entrar no prédio elegante onde a empresa dele estava localizada, fui saudada por um ambiente moderno e movimentado. O cheiro do café fresco se misturava com o som dos teclados, criando uma atmosfera de produtividade que era tanto inspiradora quanto intimidante.
Assim que cheguei ao andar de Marcus, fui recebida por sua assistente, que me olhou com um sorriso amigável, mas que logo se desfez ao notar minha expressão tensa.
_ Olá, Senhora Miller! Veio visitar o Senhor Miller ? - perguntou ela, tentando manter a conversa leve.
_ Vim trazer alguns documentos que o Marcus esqueceu. - tentei soar casual, mas a voz saiu um pouco mais baixa do que eu pretendia.
_ Ele está na sala de reuniões, mas pode estar um pouco ocupado. - ela disse, hesitando.
Eu assenti e, com um nó na barriga, segui até a sala de reuniões. O ambiente era elegante, com grandes janelas que deixavam entrar luz natural. A mesa estava cercada por cadeiras de couro e, no centro, havia um projetor, o que indicava que algo importante estava sendo discutido.
Ao abrir a porta, fui recebida pela cena de Marcus em uma conversa animada com Stephanie, uma mulher que eu conhecia de vista. Ela trabalhava em uma empresa rival e sempre havia se mostrado uma pessoa competitiva, mas, para minha surpresa, parecia tão íntima com ele. O jeito como ela se inclinava para ele e como ambos riam de algo que parecia pessoal fez meu coração apertar.
_ Oi, amor! - disse Marcus, notando minha presença, mas o tom dele era frio e indiferente. Ele não se levantou da cadeira nem fez um gesto para que eu entrasse.
_ Olá, Marcus. Eu trouxe os documentos. - a voz soou mais firme do que eu esperava, mas ainda assim ele não me olhou diretamente.
Stephanie me lançou um olhar avaliador, e o sorriso dela não era genuíno. - Oi, Anny! Como você está? - perguntou, com um tom que beirava a falsa simpatia.
_ Estou bem, obrigada. - tentei manter a compostura, mas a forma como ela se dirigia a mim me deixava incomodada. Era como se eu estivesse ali apenas para ser uma nota de rodapé na história deles.
_ Eu estava apenas comentando sobre a nova campanha que estamos desenvolvendo. - Marcus disse, desviando a conversa para evitar o clima tenso. - Stephanie tem ideias brilhantes.
_ É, as coisas estão bem interessantes por aqui. - ela disse, olhando para mim com uma expressão de desafio.
A tensão entre nós era palpável, mas eu não queria me deixar abalar. - Que bom que vocês estão trabalhando bem juntos. - respondi, tentando ser educada, mas a raiva começava a borbulhar dentro de mim.
